Ex-vocalista do X-Mal Deutschland, o nome Anja Huwe e seu grupo voltou aos noticiários musicais com o lançamento de seu primeiro álbum solo e de coletânea de sua ex-banda
Anja Huwe foi vocalista e fundadora da banda alemã X-Mal Deutschland, que esteve na ativa entre 1980 e 1990 e lançou quatro álbuns e um punhado de singles e EP’s. Em seus primeiros anos a banda era formada apenas por mulheres, além de Anja, a formação inicial consistia de Manuela Rickers (guitarra), Fiona Sangster (teclado), Rita Simonsen (baixo) e Caro May (bateria).
Graças ao relativo sucesso de seu segundo single, “Incubus Sucubus”, que viria a se tornar o grande hit da banda, foram convidadas a abrir shows em Londres para os então emergentes Cocteau Twins. Nesse período Caro May foi substituída por Manuela Zwingmann. A banda assinou contrato com a cultuada 4AD.
Na gravadora, lançaram os álbuns Fetisch (1983) e Tocsin (1984), sendo abraçados pelo público da cena Gótica por conta dos aspectos visuais e também de sua sonoridade, que mostrava influências de nomes como Siouxsie and the Banshees, Bauhaus e The Cure. A banda lançou ainda Viva (1987), que continha “Matador”, o outro hit do X-Mal, e Devils (1989), ambos mostrando uma sonoridade mais “acessível” e distante dos primeiros trabalhos. Em 1990, dariam por encerradas as atividades.
O nome de Anja e do X-Mal Deutschland voltou aos noticiários musicais especializados por conta do lançamento de Codes, seu primeiro álbum solo, e da coletânea Early Singles (1981-1982), do X-Mal Deutschland, ambos pela gravadora Sacred Bones Records.
Em recente entrevista ao site do The Guardian, Anja falou sobre como entrou no mundo da música música, o período em que esteve como o X-Mal Deutschland, a mudança para a radiodifusão e artes visuais, e o retorno à música com seu primeiro trabalho solo.
Abaixo, sete frases da entrevista de Anja, que pode ser lida na íntegra neste link:
Quando fizemos nosso primeiro show com os Cocteau Twins, foi quando eu realmente percebi: isso poderia ser algo para mim. [sobre ser líder da banda].
Eles estavam apenas olhando para nós e não sabiam o que dizer, na verdade. Para eles eu era como um alienígena. [sobre a reação do público do show em Londres, abrindo para o Cocteau Twins]
Mal podíamos tocar. Mas tínhamos namorados que tinham instrumentos e tocavam em bandas. Então pensamos, bem, esse é o jeito DIY, podemos fazer isso também.
Não nos víamos como góticos. Gostávamos dessa música dark – gostávamos muito de Psychedelic Furs, Bauhaus, The Cure – mas o gótico surgiu um pouco mais tarde. Por outro lado, Fiona, que é escocesa e a mais nova, tinha esses morceguinhos por toda parte, vestia preto e parecia um fantasma. Cabelo preto e azul. Para mim, ela foi como a primeira gótica.
A coisa toda hoje em dia é muito diferente. É muito comercial, especialmente na Alemanha. Você tem esses grandes eventos e milhares de pessoas participando; é realmente uma máquina de fazer dinheiro.
Nunca ouvíamos ninguém, apenas estávamos felizes com nós mesmos. Nós apenas fizemos isso por diversão.
Sempre havia caras dizendo coisas como, ‘Vamos ver como eles realmente conseguem tocar…’ Mas pensamos, vamos tentar ser barulhentos e agressivos. Nós vamos mostrar a eles.
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