‘Escondidos’ mostra o talento dos Duffer Brothers, que viria a se confirmar


Depois do sucesso de público e crítica da série Stranger Things, os irmãos Matt Duffer e Ross Duffer foram alçados a fama, por terem desenvolvido uma série muito boa, e que trazia a seus espectadores boas lembranças de um passado bastante divertido e assustador, com várias referências a Steven Spielberg, Stephen King, dentre outros.

Com o nome dos irmãos em evidência, eis a oportunidade de conferir uma produção menor, mas tão atraente quanto a tão badalada série. O longa acompanha o drama vivido pelo pai de família Ray (Alexander Skarsgard), sua esposa Claire (Andrea Riseborough) e sua filha Zoe (Emily Alyn Lind), que tentam sobreviver dentro de um abrigo após a cidade onde moravam ter sido atacada por seres misteriosos. Esses seres, chamados de “Os Respiradores”, aparentemente dizimaram toda a humanidade, deixando um rastro de caos e destruição.

A película apresenta um clima totalmente pós-apocalíptico, assim como todos os temas tratados em filmes de zumbis e outros do gênero. Contudo, o seu grande feito, está na direção completamente precisa, na qual o espectador tem a sensação de estar aprisionado naquele Bunker, juntamente com aquela família, num ambiente claustrofóbico levando-o a interagir de fato com todo o elenco.

Os irmãos Duffer constroem uma relação de expectativa com direito a bastante suspense. O filme tem elementos de outro longa lançado no ano seguinte, o também interessante Rua Cloverfield, mas que teve o problema de ser menos divulgado.

Com uma fotografia extremamente escura e sombria, e trilha sonora quase que imperceptível, Escondidos convida o espectador a vivenciar uma situação extrema e de narrativa dinâmica com diálogos fortes. Um dos pontos altos desses diálogos evidencia a educação da filha, que por falta de companhia de crianças, tem em uma boneca, causando certa estranheza por parte de sua mãe.

 

Com atuações convincentes, o clímax do longa se dá no terceiro ato, com uma reviravolta difícil de ser imaginada pelo público comum. Uma pena que este último ato se alongue demais, podendo ter sido um pouco reduzido, mas em nada diminui este filme que se mostrou uma grata surpresa.

 

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