Sétimo álbum de Trentemøller, ‘Dreamweaver’ é mais diversificado porém menos estonteante que seu antecessor
Memoria, o álbum lançado por Trentemøller em 2022, representou não exatamente uma mudança sonora em relação aos seus trabalhos anteriores, mas a ênfase em um lado mais melódico e de ambientações etéreas.
Dreamweaver, seu mais recente trabalho, soa como uma continuação das propostas ali apresentadas, mas com matizes diferentes, transitando ainda pelos mesmos climas e, ao mesmo tempo, permitindo incursões por outras paisagens sonoras não necessariamente novas na obra do músico dinamarquês, afinal o Pós-Punk e o Synthpop, por exemplo, sempre foram referências musicais desde sempre em seu arcabouço sonoro.
Se no álbum de 2022 Lisbet Fritze era responsável pelos vocais de boa parte das canções, para a nova empreitada a convidada da vez foi a cantora islandesa DíSA, cuja a voz paira em geral etérea e transmitindo um mix enorme de fragilidade e sutileza aos arranjos, numa ligação quase simbiótica. Essa mudança da protagonista vocal pouco ou nada influência no que diz respeito ao foco e resultado final das canções, que novamente mostram um trabalho de proposta diversificada.
O músico segue aqui a cartilha que norteou grande parte das canções de seu trabalho anterior, unindo batidas eletrônicas pontuais a sintetizadores climáticos, com o lado orgânico também surgindo desde o primeiro momento, vide a abertura com os dedilhados acústicos de “A Diferent Light”, no embalo sonhador da delicada “Hollow”, ou no encerramento ao piano de “Closure”. Em “Nightfall” o clima Dreampop com uso do slide guitar remete às paisagens desérticas evocadas pelo Still Corners; enquanto “in a Storm” e “Behind My Eyes” exala referências Darkwave, essa última com uma linha de baixo a la Peter Hook na fase New Order.
No Comment