‘Gaiola Mental’ é péssima cópia que nem a presença de John Malkovich salva

Thriller Policial, ‘Gaiola Mental’ tenta imitar ‘O Silêncio dos Inocentes’ mas passa longe em todos os quesitos

Com O Silêncio dos Inocentes (1991), Jonatham Demme deu fôlego ao gênero Thriller Policial e praticamente criou um paradigma, tornando-se inúmeras vezes imitado nas décadas seguintes. Ao mesmo tempo, deu vida a dois personagens dos mais emblemáticos do Cinema: a investigadora do FBI Clarice Sterling e o vilão Hanibal Lecter, magistralmente interpretados por Jodie Foster e Anthony Hopkins. Nem os spin-off’s chegaram perto do filme de Demme, e raras foram as produções que conseguiram acrescentar algo ao gênero – o excelente Seven (1995), de David Fincher, se inclui entre estas. Gaiola Mental, não!

Gaiola Mental (Mindcage, 2022), do diretor Mauro Borrelli, entra na vasta lista de imitadores do filme do diretor Jonathan Demme e, de cara, consegue se colocar nas primeiras posições entre os piores já produzidos.

A trama gira em torno de uma dupla de policiais Mary (Melissa Roxburgh) e Jake (Martin Lawrence), responsáveis por investigar uma série de assassinatos cometidos com o mesmo modus operandi do serial killer conhecido ‘O Artista’ (John Malkovich), que encontra-se preso e aceitará ajudar na resolução dos assassinatos mediante algumas condições, incluindo a mudança de sua condenação: de pena de morte para prisão perpétua.

Já de início o roteiro deixa clara sua intenção de não querer ser em nada original, e não seria um problema tão grande. Mas vários outros vão se apresentando ao longo dos noventa e seis minutos do longa. Direção ruim, atuações fracas ou inexpressivas,  abuso de clichês, acontecimentos mal explicados, crimes e montagem de cenas absurdas, e um plot twist final (SEM SPOILERS) que em nada se conecta com tudo que vinha sendo construído ao longo da narrativa e que faz com que o título do filme entra em contradição com ela.

Nem a presença do excelente e premiado ator John Malkovich (talvez emprestando seu nome para dar alguma credibilidade ao filme) consegue salvar Gaiola Mental do desastre.  Ele até tenta fazer algo por seu personagem, mas nem a Direção e nem o Roteiro o ajudam . Sua interpretação é caricata e seu personagem, que até poderia se salvar no meio de tanta ruindade, é inexpressivo no sentimento que deveria provocar no espectador.

 Leia a crítica de ‘O Assassino’, de David Fincher 

Disponível na Netflix, Gaiola Mental é aquele tipo de filme que exigirá do espectador que coloque sua “suspensão voluntária da descrença” em níveis altíssimos, e o fará pensar. Mas não pensar por ser um filme marcante no sentido de bom, mas pelos minutos preciosos perdidos.