Você conhece o Theremin? Já viu alguma banda usando ele ao vivo? Já escutou alguma canção em que ele é usado? Seja qual for a resposta para essas perguntas, saiba que o Theremin é o único instrumento musical ( isso mesmo, o único) tocado sem qualquer contato físico. O instrumento funciona através da captação de vibrações ou deslocamentos do ar, que se dá por duas hastes circulares (especie de antena), uma vertical e outra horizontal. A vertical serve pra controlar os sons mais agudos; com a horizontal, a frequência e o volume.
Criado na década de 1920, o instrumento logo chamou a atenção devido aos sons fantasmagóricos que conseguia produzir. Para a época, um instrumento à frente de seu tempo, futurista. Passada a fase da novidade, o instrumento meio que caiu no esquecimento, até reaparecer nos anos 50/60 em trilhas sonoras de filmes de ficção científica, sendo “O Dia em que a Terra Parou” o mais emblemático.
Inspirado nos sons do Theremin, Robert Moog criou na década de 50 os teclados e sintetizadores Moog. Alguns modelos do equipamento, inclusive, conseguem reproduzir o som do Theremin de forma idêntica, sendo usado tanto em estúdio quanto em shows em substituição ao instrumento original.
Ainda na década de 60, Brian Wilson viria a utilizá-lo no álbum “Good Vibrations”. No documentário “Theremin: An Electronic Odissey”, Wilson declara que quando criança tinha medo do som do instrumento, e usá-lo foi uma forma de “espantar” esse medo.
Já nos anos 70, o Led Zeppelin tornou o instrumento ainda mais popular ao levar uma versão do Theremin diretamente para o palco, o que pode ser conferido no show/filme “The Songs Remains the Same”, em que Jimmy Page o utiliza na canção “Whole Lotta Love”.
Um tanto esquecido na década seguinte. Nos anos 90 série de bandas viria usar o som do instrumento como forma de enriquecer seus arranjos.
No Brasil, um dos artistas que fazem uso do Theremin em shows é o músico Lirinha, que usou na canção “Valsa Punk”, sob o comando do músico Astronauta Pinguim. Pato
Nossa “Lista de 7” faz uma homenagem ao genial instrumento inventado por Leon Theremin (morto em 1993), listando sete canções razoavelmente recentes da música pop que utilizaram os sons do Theremin. Apesar de em alguns casos o uso ser bem discreto, o instrumento aparece sempre de forma marcante, característica que lhe é inerente.
:: Ouça nossa Playlist no final do texto com as canções comentadas e ajude-nos enviando o nome de outras lá no campo dos comentários.
01. Portished – Mysterons
“Mysterons” é a faixa de abertura do primeiro e clássico álbum de estreia da banda britânica de Bristol Portishead, uma das ícones do trip-hop. Os sons do Theremin são usados no início, meio e final da canção. Seu som casa magistralmente com a canção, que tem um clima soturno e misterioso. É uma das faixas mais emblemáticas no uso dos sons do instrumento, embora a banda tenha usado um sintetizador.
02. Pixies – Velouria
“Velouria” é a terceira faixa do álbum “Bossanova”, terceiro de estúdio da banda Pixies, lançado em 1990. O Theremin aparece em diversos momentos da canção dando um toque mais voltado para o sci-fi, já que a canção tem os pés na surf-music.
03. Mercury Rev – Holes
Repleto de elementos orquestrados, não é de estranhar que o som do Theremin apareça em diversas canções do álbum “Deserter’s Songs” da banda Mercury Rev e em álbuns posteriores do grupo. Em “Holes” o instrumento aparece com uma conotação mais clássica/lírica, quase imitando um canto.
04. Franz Ferdinand – Dream Again
“Dream Again” é a penúltima faixa do álbum “Tonight”, da banda escocesa Franz Ferdinand. A canção tem um clima entre o circense e o onírico, com várias camadas de instrumentos se sobrepondo. O som do Theremin aparece bem discreto e curto já no terço final da canção.
05. Garbage – Cup of Cofee
Canção do álbum “Beautiful Garbage”, terceiro da banda de Shirley Manson e Butch Vig. O som do Theremin aqui surge como efeito dramático para a canção, uma balada adornada por elementos orquestrados, fazendo assim um belo acompanhamento tanto no início quanto no final.
06. Supergrass – Richard III
Aqui o uso do som do Theremin é pra dar uma ideia de vocais também, como uma especie de canto lírico complementando os vocais de Gaz Coombes lá no meio da canção. De todas as faixas listadas é a que chega a ser inimaginável o uso do instrumento numa faixa com essa levada, mas até que o resultado ficou interessante e bem discreto.
07. Pato Fu – Eu
Na abertura do seu disco “Ruído Rosa”, na faixa “Eu”, de cara a banda mineira Pato Fu já joga o som do Theremin na canção. O instrumento tem uma participação de estrela no videoclipe, aparecendo numa espécie de demonstração para uma platéia e, já no final, um texto fala sobre o seu inventor. O uso na canção tem efeito tanto fantasmagórico quanto lírico.
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