A Coluna ‘Esse Eu Tive em Vinil’ revisita o insípido ‘Bird Wood Cage’, terceiro álbum do grupo londrino The Wolfgang Press, lançado em 1988
Quando da ida às lojas de discos – lá atrás, no final dos anos 80 e início dos 90 -, a percepção era sempre a mesma: 1 – aqueles discos desejados mas com um valor um tanto inacessível; 2 – aqueles discos da promoção que, em geral, ou eram pouco conhecidos e, de repente, até interessantes, ou simplesmente não eram, de fato, bons. Bird Wood Cage (1988) do The Wolfgang Press entra nessa segunda categoria. No afã de aumentar a discografia você vai adquirindo álbuns dessa forma.
No meu caso, foram vários. E o legal é que nesse balaio a gente acaba sempre descobrindo coisas interessantes/inusitadas: 45 Grave, Plasticland, Plan 9, Alien Sex Fiend, The Three Johns, King Swamp (projeto com o baixista Dave Allen, do Gang of Four), The Golden Palominos (que tem participação de Michael Stipe, do R.E.M.), Trowing Muses, The Band of Holy Joy são alguns desses casos.
Voltando ao Bird Wood Cage, do The Wolfgang Press, ele até ganhou uma resenha da Revista Bizz, que não permitia decifrar a sonoridade a ser encontrada e, sendo sincero, pouco me lembrava das canções do álbum, exceto “Kansas”, que, salvo engano, é o “hit” do disco.
Dito isto, há poucas lembranças em relação ao álbum desses ingleses. Nem mesmo lembrava que faziam parte da mítica gravadora 4AD. Talvez a maior lembrança mesmo seja sua chamativa capa. Por causa dela, costumava chamar de “o disco da privada”. No quesito música, há pouca ou nenhuma lembrança, e relação afetiva, praticamente zero.
Formada nos primeiros anos da década de 80, The Wolfgang Press é geralmente descrita como Pós-Punk. Aqui a música do grupo mostra arranjos lineares, trazendo um coquetel de linhas de baixo Dub, batidas eletrônicas e guitarras Funk; com algum destaque para os vocais de Michael Allen, que também toca baixo.
+++ Leia em ESSE EU TIVE EM VINIL sobre a coletânea ‘Sanguinho Novo’, tributo a Arnaldo Baptista
Mas por que raios então ele está aqui?
Porque esse disco faz parte da pequena lista ESSE EU TIVE EM VINIL. E nessa lista, como já dito anteriormente, nem sempre serão encontrados discos emblemáticos ou com grande valor afetivo para mim, mas que, apesar disso, marcam um momento específico da minha vida e trazem lembranças de um tempo.
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