Antes de assumir o nome Moscoman, Chen Moscovici desde novo tinha prazer em trabalhar com a música eletrônica em Israel, sua terra natal. Em Tel Aviv, além de DJ, foi proprietário de gravadoras, tendo a Disco Halai como uma das mais importantes e famosas. Mudou-se para Berlim e foi ganhando maior notoriedade inclusive por suas marcantes discotecagens noturnas pela Europa e América do Norte.
Como Moscoman, alguns EP’s lançados criaram a expectativa de que o álbum iria sair logo. Dessa forma, o debute A Shot In The Light (2016) veio com boa recepção entre crítica e ouvintes. Ouvir Moscoman faz o ouvinte presenciar décadas da música eletrônica, tudo em boa convivência. Fácil presenciar a mescla de gêneros como New Wave, Synthwave, Synthpop, House Music e Techno.
Poderíamos até dizer que o novo álbum, Time Slips Away, é dividido em duas partes: a primeira pretende colocar a sonoridade num viés mais centrado nos 80’s (a capa do disco condena); a segunda, por sua vez, tenta resgatar a eletrônica pós-90’s. Isso não é uma máxima em potencial, uma vez que o segundo trabalho do músico é um retalho de vários movimentos da Eletrônica, tudo espalhado ao longo de 12 faixas.
A abertura de “Time Slips Away” se abriga confortavelmente na New Wave 80’s. “What We Do Care” tem nostalgia em abundância, traz no ouvinte a lembrança de bons tempos em que descobriu bandas como Depeche Mode. Flertando com o Synthpop, a canção ganhou mais realce sobretudo com a voz de Thomas Sanders da banda Teleman. Coexistindo numa mesma faixa e elaborando uma fusão que remete a Kraftwerk e New Order (a linha instrumental é muito parecida), assim se processam os sete minutos de “Maker Breaker Taker Faker”, com sua viagem estranha e longa, porém interessante.
Trazendo muito da sonoridade do Oriente Médio e jogando dentro do panorama eletrônico, “Myths Still Exist” faz bonito também com a voz da cantora inglesa convidada Niki Kini, além de uma marcante linha de baixo que acompanha a faixa. Num álbum repleto de colaborações, a voz de Daisy Capri do projeto musical Vanity Fairy garante mais requinte a faixa “Turning Tides” com sua eletrônica que consegue inserir de forma eficiente trechos com guitarras.
Momentos como “Natural Born Losers” e “Golden Hours” não brilham tanto dentro do álbum, entregam um lado do músico sem tanta inspiração. Sobram na soma geral. Todavia, em 12 faixas, não chega a afetar um artista que começou sua trajetória nas discotecas de Israel e que agora parece querer abraçar o mundo, levando a eletrônica dos 80’s até os dias atuais para o ouvinte curioso pelo gênero e suas novidades.
DESTAQUES: “What We Do Care (feat. Tom Sanders)”, “Maker Breaker Taker Faker”, “Turning Tides”
[supsystic-gallery id=25 position=center]
TAMBÉM PODE INTERESSAR:
A eletrônica equilibrada e de boas referências do Rival Consoles
HAAi | Systems Up, Windows Down (2019)
No Comment