‘Besouro Azul’: Uma revisita aos ultrapassados filmes de origem do herói


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Os filmes de heróis já não são a mesma coisa faz um tempo e a falta de diversidade é um dos principais culpados por isso. Mas não, eu não digo diversidade no sentido cultural, étnico, sexual ou de gênero, por mais que essas questões também sejam igualmente importantes e ausentes em grande parte dessas produções. Quando me refiro à falta de diversidade, penso nas histórias e na maneira como novos heróis estão sendo incluídos. Em minha percepção, os Estúdios Marvel e a DC Comics ainda estão presos a um momento onde novos heróis não possuem espaço para receber protagonismo e, no cinema, são introduzidos, aprendem a controlar seus poderes e compreendem a responsabilidade de um herói na história de terceiros.

Mesmo a DC, ainda sendo reformulada por James Gunn, continua a passar pelo mesmo. Dessa forma, observando os mesmos personagens com histórias e universos já estabelecidos – por mais que na DC seja uma grande confusão –, um senso de novidade vai sendo perdido, afinal, já conhecemos nossos heróis, já reconhecemos as marcas dos diretores responsáveis por cada núcleo e, no que se refere a Marvel, já sabemos a fórmula. Compreendemos que a cada filme estamos vendo algo novo, mas é realmente ‘‘novo’’? Não, é simplesmente mais um capítulo, contado de uma maneira que já conhecemos e com personagens que já conhecemos. Dessa forma, toda vez que vemos ambos estúdios apostarem na introdução de um novo grande herói com seu próprio filme – o que é raro – o gênero tem a oportunidade de explorar novas maneiras de contar uma história que pode ser refrescante, pode ser realmente nova.

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Xolo Maridueña em Besouro Azul (2023)

Esse sentimento de novidade torna alguns filmes inesquecíveis, basta olhar como Eternos, um dos filmes mais diferentes do Estúdio Marvel vem sendo considerado ‘‘incompreendido’’ e The Batman, em um universo isolado da DC e com um novo Batman, se tornou um dos filmes mais aclamados da história recente do estúdio. Incluindo ambos filmes no lado ‘‘extremo’’, no lado oposto do que normalmente vemos nos estúdios, Besouro Azul está longe de se juntar a eles, mas tem sua particularidade, é diferente por ser o ‘‘retorno’’ de uma inocência, vista pela última vez em vestígios de Homem Aranha no Aranhaverso (2018).

Dirigido por Angel Manuel Soto, o filme não deixa de lado o que normalmente vemos, principalmente em produções Marvel. Dessa maneira, há a presença de um humor escrachado – aqui elevado ao extremo através do uso de estereótipos atrelados ao povo latino – e uma construção bastante tradicional. Mas, ainda assim, tem uma atmosfera cativante, afinal, depois de anos, vemos um novo herói, em seu próprio filme, se divertindo ao descobrir suas novas habilidades. Nesse sentido, a própria direção de Soto trabalha com essa proposta. Tudo soa verdadeiramente inocente, do interesse romântico de Jaime (Xolo Maridueña) por Jenny (Bruna Marquezine) até nas cenas de combate que, mesmo realistas, conseguem momentos genuínos, principalmente a partir dos diálogos (pedidos desesperados de ajuda) de Jaime para o escaravelho.

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Com destaque para Xolo Maridueña e sua inocência mais convincente que a do it boy Tom Holland, Bruna Marquezine, que surpreendentemente aparece bastante no filme, e George Lopez – minha atuação favorita por extrair humor de uma visível neurose -, Besouro Azul não é um filme perfeito, mas torna-se agradável e, dentro dos limites, funciona por relembrar o ‘”início de tudo”’, algo que não vemos mais nos filmes de herói.

CLIQUE PARA ASSISTIR AO TRAILER

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FICHA TÉCNICA E MAIS INFORMAÇÕES:

TÍTULO ORIGINAL: Blue Beetle
ANO: 2023
GÊNERO: Ação, Aventura, Sci-Fi
PAÍS: Estados Unidos
IDIOMA: Inglês
DURAÇÃO: 2:07 h
CLASSIFICAÇÃO: 14 anos
DIREÇÃO: Angel Manuel Soto
ROTEIRO: Gareth Dunnet-Alcocer
ELENCO: Xolo Maridueña (Jaime Reyes, Blue Beetle), Bruna Marquezine (Jenny Kord), Becky G (Khaji-Da Voice) e outros
AVALIAÇÕES: IMDB | Rotten Tomatoes

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