“Blackgaze, o feliz casamento do Shoegaze com o Metal”
Ao contrário do que muitos podem pensar, Blackgaze não é um subgênero derivado do Shoegaze, mas um estilo que foi criado e denominado por uma banda, a francesa Alcest (confiram dois discos nos links abaixo), lá no começo dos anos 2000. Trata-se de uma mistura extravagante, que pode combinar diversos aspectos dos estilos: guitarras cheias de efeitos como no Shoegaze e vocais à Black Metal (para ser mais específico, o utilizado no subgênero Atmospheric Black Metal), como vocais suaves e guitarras extremamente distorcidas e altas, características do lado mais sombrio do Metal. Algumas músicas também podem soar como puro Shoegaze.
Hoje em dia, apesar da origem francesa, o Blackgaze é mais popular em países escandinavos e do leste europeu. Abaixo, alguns ótimos exemplos.
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ALCEST | Souvenir D’un Autre Monde (2007)
Os franceses do Alcest (foto de destaque) são os criadores do gênero Blackgaze, que combina elementos de BlackMmetal com Shoegaze. A banda começou como um projeto do vocalista Neige, e em suas primeiras canções soava como um grupo qualquer de Atmospheric Black Metal. No meio do caminho, Neige descobriu o Slowdive, adorou os britânicos e imaginou como seria incluir em seus trabalhos elementos do Shoegaze. O primeiro resultado mais perceptível desta combinação, à época inusitada, é o álbum Souvenir D’un Autre Monde, no qual a banda, já como trio, exala sua paixão pelos ruídos melódicos e cheios de efeitos característicos do Shoegaze.
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ALCEST | Shelter (2014)
O álbum Shelter fez o Alcest se tornar bem conhecido fora de seu tradicional círculo de “metaleiros”, a ponto da maioria dos críticos musicais tratarem este trabalho como sendo um disco de Shoegaze. O motivo é óbvio, como se pode ouvir: praticamente não há elementos de metal, os vocais são normais, e, não bastasse tudo isso, há a participação de Neil Halstead, um dos vocalistas do Slowdive, na faixa “Away”. Ah! E também a produção de Jon Birginsson, que usualmente trabalha para o Sigur Rós.
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OLHAVA | Ladoga (2020)
Assim como o Shoegaze, o Black metal é dividido em vários subgêneros, e só quem é do ramo consegue diferenciá-los claramente. Se o Alcest tem raízes no Atmospheric Black Metal, os russos do Olhava são adeptos do Depressive Black Metal, um nome auto-explicativo. A descrição do disco em sua página do Bandcamp fala de “jornada de lugar algum para lugar nenhum”, e as músicas trazem um estado de contemplação presente em algumas bandas Shoegaze, porém com um viés mais negativo.
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VIOLET COLD | Noir Kid (2020)
Do Azerbaijão vem o Violet Cold, que pode ser considerada uma banda de Post-Black Metal (mais uma subdivisão) que inclui em suas referências não só Shoegaze como Pop, Progressivo e Synthpop. Muitas vezes, aliás, na maioria, usa todas em uma só música. O vocal gutural e desesperado está presente em grande parte das canções, mas até nesse aspecto, como em “Sinergy”, eles conseguem sair do convencional. Um disco para ser ouvido com a mente aberta.
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VVILDERNESS | Devour the Sun (2020)
Os húngaros do Vvilderness são mais tradicionais que a maioria das bandas de Blackgaze. Os arranjos são técnicos, lembrando bandas de Progressivo e até Psicodélicas em algumas passagens, como em “Sól”. Vocais guturais, claro, estão sempre presentes, mas o desespero não é tão evidente. Referências do Shoegaze também não são tão perceptíveis, mas existem.
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