Neil Hastead é vocalista e guitarrista da banda britânica Slowdive, que tem também em sua formação a vocalista/guitarrista/tecladista Rachel Goswell, Christian Savill (guitarra), Nick Chaplin (baixo) e Simon Scott (bateria). Além disso, ele é o principal compositor do quinteto noventista de Shoegaze, rótulo/gênero que passou a ser aceito com o tempo mas que na década de 90 era usado de forma depreciativa, como forma de descrever mais a postura das bandas em palco (olhando para os pés – na verdade para os pedais) do que a música em si – muitas bandas odiavam.
Muito influente e ícone da geração old-school do Shoegaze, ao lado de nomes como Ride, My Bloody Valentine, Lush e outras, o Slowdive lançou três álbuns entre 1991 e 1995, uncluindo o clássico Souvlaki, e vários singles e EP’s. Após um hiato que durou de 1995 até 2014, a banda voltou a ativa, lançando os álbuns Slowdive (2017) e Everything is Alive (2023), seu mais recente e aclamado trabalho (TOP 10 na Bélgica, Alemanha, Holanda, Nova Zelândia e Reino Unido), e um álbum em que muitas canções foram pensadas inicialmente, de acordo com Neil, para o formato eletrônico.
Em recente entrevista ao site da revista Under the Radar, Neil comentou sobre o novo álbum, a descoberta da música da banda por um público mais jovem, a diferença entre a época que começaram e a atual, como a crítica destroçou os trabalhos da banda nos anos 90. Ele também informa que para os próximos shows a banda pretende adicionar ao set tanto músicas mais novas como algumas antigas que eles não vinham tocando.
Abaixo, sete frases da entrevista de Neil, que pode ser lida na íntegra neste link:
Em termos de nosso relacionamento pessoal como banda, todos nós ainda nos damos muito bem, então isso não mudou – foi o mundo ao nosso redor que mudou
Crescemos lendo NME e Melody Maker , andando em lojas de discos locais e indo a shows. Tipo, eu me lembro de ter que pedir o Bug do Dinosaur Jr. quando li uma crítica na imprensa e pensei, ‘bem, isso parece incrível’, e então tive que esperar duas semanas para que chegasse (e não estava desapontado). Então esse tipo de coisa era emocionante.
Ficamos realmente chocados, para ser honesto. Foi só quando começamos a fazer shows novamente que percebemos que havia uma nova base de fãs mais jovens por aí.
É estranho, mas naquela época parecia parte integrante de fazer música. Quero dizer, você esperava uma surra da NME ou do Melody Maker em algum momento.
‘Kisses’, por exemplo, teve tantas versões diferentes. Sempre foi uma música bastante pop, e tínhamos um pouco de medo disso, então a reformulamos tentando subverter o pop.
Nunca tocamos muito no rádio porque nossas músicas geralmente eram muito longas ou simplesmente não soavam muito bem no rádio.
Há muitas emoções no álbum. Não é um disco ruim, embora tenha seus momentos. Mas acho que, em última análise, é um álbum esperançoso.
O Slowdive esteve no Brasil no ano passado, no Primavera Sound, e segue em turnê, com shows marcados pela Europa, Reino Unido, Asia e Estados Unidos.
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