‘Amen and Goodbye’ segue os antecessores do Yeasayer, mas não atinge a perfeição esperada


Foto da banda Yeasayer para resenha do álbum "Amen & Goodbye"

Praticamente dez anos de carreira, e pode-se dizer que muita coisa aconteceu com esse grupo de NY. Foram lançados ao mundo com o début “All Hour Cymbals” (2007), um petardo sonoro, cheio de influências, esfacelado em diversos gêneros, trabalho que ficou em diversas listas de fim de ano de crítica e público.

A banda foi convidada para inúmeros festivais, excursionou com nomes de peso como Beck e MGMT, e experimentou o gosto do sucesso chegando cedo. Com uma enorme expectativa, lançaram ‘Odd Blood’ (2010). Não tão comentado, mas que de certa forma manteve a banda numa posição privilegiada na preferência dos ouvintes. ‘Fragrant World’ (2012) veio tímido, apenas os mais exaltados pela banda conseguiram gostar do álbum como os dois primeiros.

O Yeasayer é daquela turma ousada do Brooklin da década passada, pessoal esse que inovou muita coisa na música ou que tentou dar um novo clima para o cenário musical. Isso, por si só, deveria arrendar muitos créditos para o grupo, apesar de sua trajetória um tanto quanto irregular e ainda em desenvolvimento e teste.

“Amen And Goodbye” vem recheado de ideias e experimentalismos. Difícil de conceituar, de não tão fácil assimilação, estranho em muitos momentos e até mesmo soando pop de forma deslanchada (“Cold Night”). Infelizmente não é um disco espetacular, nem tão sofrível, parece ser um trabalho incompleto ou que poderia ter um esmero mais apropriado. Não funciona como um todo, e acaba se assemelhando a um mecanismo com as peças fora do lugar.

Enquanto o disco traz canções que poderiam estar facilmente lá em ‘Odd Blood’ como ‘Silly Me’, a psicodelia imperou soberana em muitas faixas (‘Half Asleep’, ‘Prophecy Gun’, ‘Divine Simulacrum’). Pegando emprestado uma sonoridade baseada nos 60’s (‘Child Prodigy’) ou mesmo revelando uma influência evidente dos Beatles (‘Uma’).

Os nova-iorquinos trazem um disco alheio a rótulos e que, para muitos, poderá ser largado de sua metade em diante. A banda também não poupou no seu instrumental: palmas, pianos, synths, a percussão performática já notória desde o primeiro trabalho, coros, guitarras, pianos. Tal como a capa repleta de imagens e simbologias que trazem desde esculturas a personagem de anime, esse é um trabalho que nos pede a todo instante um processo de investigação, de compreender faixa a faixa, cada uma a seu tempo. Como todo processo investigativo, isso leva tempo e por vezes ainda deixa alguma lacuna e regulariza o trabalho observado.

:: NOTA: 6,5

 


Capa do álbum "Amen & Goodbye", da banda Yeasayer

:: FAIXAS:
01. Daughters Of Cain
02. I Am Chemistry
03. Silly Me
04. Half Asleep
05. Dead Sea Scrolls
06. Prophecy Gun
07. Computer Canticle 1
08. Divine Simulacrum
09. Child Prodigy
10. Gerson’s Whistle
11. Uma
12. Cold Night
13. Amen & Goodbye


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