‘Thirteen’, o álbum “divisor de águas” do Teenage Fanclub


Thirteen, do Teenage Fanclub

Thirteen é o 3º álbum do Teenage Fanclub, lançado em 1993.

A banda, surgida em Glasgow na Escócia, no final dos anos 80, começou fazendo música condensada em melodias pop enfumaçada por distorção fuzz e refrões grudentos. Após o primeiro álbum, A Catholic Education, de 1990, o Teenage lançou The King, um álbum “nem tão oficial assim”, para depois conquistar o planeta, no auge da explosão do Rock Alternativo, com a obra prima Bandwagonesque (1991).

Com o fim da turnê com Nirvana, Dinosaur Jr. e Sonic Youth, e com e a revista Spin colocando Bandwagonesque como o principal lançamento de 1991, a banda rapidamente entrou em estúdio para gravar e entregar Thirteen. Aqui uma ressalva, não é o melhor álbum do Teenage Fanclub, mas ele encerra um ciclo e abre outro. Explico:

Enquanto muitos esperavam uma continuação de seu álbum de sucesso, a banda resolveu trabalhar englobando tudo o que havia feito anteriormente, das melodias pop e grudentas aos riffs densos e sujos do início de carreira. Ao mesmo tempo, indicava os rumos futuros do que pretendiam, com as nítidas influências de Neil Young, Big Star e Byrds, difusamente espalhadas pelo álbum, do título (o mesmo de uma famosa canção do Big Star) às canções – Gene Clark foi um dos membros fundadores do Byrds.

Teenage Fanclub em 1992
FOTO | Mick Hutson/Redferns

O Teenage Fanclub (ainda) tinha três ótimos compositores/intérpretes (Gerard Love deixou a banda em 2018), mas é só a partir desse álbum que eles começam, de fato, a reivindicar porções igualitárias de canções. Norman Blake entrega canções mais simples, como “The Cabbage”, “Commercial Alternative” e “Ret Liv Dead”, essa última poderia facilmente estar em Bandwagonesque! Raymond McGinley é responsável pelos momentos mais melancólicos e delicados do álbum: “120 Mins” e “Tears Are Cool”.

Por fim, Gerard Love nos presenteia com as ótimas “Song To The Cynic” e “Fear of Flying”, canção que tem um verso que, de certa forma, traduz a proposta simplista do álbum: “Hey, I don’t look back on all the things I’ve done / I’ve never looked for answers in a song / Ain’t got no good ideas, I’m staring at the sun / Don’t always look for comfort in a song”.

Apesar da expectativa em torno do sucesso, a banda apostou em seu material mais simples e passou a testar as influências que ditaram os álbuns seguintes, como o Folk-Rock dos anos 60 e o Power-Pop dos 70. É quase como se Thirteen fosse um laboratório para os três trabalhos primorosos que a banda entregaria na sequência (Grand Prix, de 1995; Songs From Northern Britain, de 1997; e Howdy!, de 2000).

+++ Leia a crítica de ‘Endless Arcade’, do Teenage Fanclub

“Radio”, “Hang On” e a romântica, grudenta e repetitiva (e ótima!) “Norman 3” foram os singles escolhidos, e, de fato, são as melhores do álbum. Mas vale um destaque para “Gene Clark”, de autoria de Love, que é um epitáfio para um dos ídolos deles (que havia falecido em 1991), além de continuar com a prática iniciada em Bandwagonesque, de encerrar os álbuns com uma música incomum, e que acabou em Songs From Northern Britain (1997).


Capa de Thirteen do Teenage FancubINFORMAÇÕES:

LANÇAMENTO: 04/10/1993
GRAVADORA: Creation Records | Geffen
FAIXAS: 13
TEMPO: 49:40 minutos
PRODUTOR: Teenage Fanclub e Andy MacPherson
DESTAQUES:  “Radio”, “Hang On”, “Norman 3”
PARA QUEM CURTE: Power-Pop, Folk-Rock, The Byrds, Big Star, Neil Young

 


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