Três bandas para ficar de olho em 2018 :: Shame, Shopping, Corniglia

Se em 2017 poucas foram a bandas novas que apresentaram trabalhos que surpreenderam, 2018 mal começou e já temos três bandas “novatas” com álbuns interessantes e que podem ser bastante comentadas. Novatas entre aspas porque nem todas são estreantes nos álbuns, mas por estarem tendo uma maior alcance nesse ano.

Shame

:: Shame é um quinteto londrino que segue as influências do pós-punk inglês direto na fonte, com uma sonoridade que remete aos sons oriundos da cinzenta Manchester no final do 70’s e início dos 8o’s, a saber The Fall e Joy Division em seus momentos menos soturnos e de pegada mais punk, só que com riffs de guitarra intensos, na verdade há muita referências setentistas circulando o som dos rapazes. Formada por jovens na faixa dos vinte anos de idade, a banda tem atraído os olhares depois de terem lançado no ano passado a faixa “One Rizla”, onde na letra o vocalista Charlie Steen grita: “My nails ain’t manicured/My voice ain’t the best you’ve heard/And you can choose to hate my words/But do I give a fuck” (Minhas unhas não são bem cuidadas/Minha voz não é a melhor que você já ouviu/E você pode optar por odiar minhas palavras/Mas eu não dou a mínima). “Songs of Praise”, seu álbum de estreia, foi lançado no dia 12/01 pelo selo Dead Oceans e tem alcançado boa repercussão.

Shopping

:: Com um tempo de rodagem maior, mas também de Londres, vem o trio Shopping, formado por Rachel Aggs (guitarra e vocal), Billy Easter (baixo) e Andrew Milk (bateria). Seguem também pelo lado das influências do pós-punk inglês, só que com um apelo mais dançante: baixo gordo, bateria suingada e guitarrinha ritmada, no que alguns chamam de dance-punk, mas que remete tanto a Gang of Four quanto aos escoceses do Orange Juice. Inclusive “The Official Body”, seu álbum mais recente (a ser lançado no dia 19/01), o terceiro da carreira, foi produzido por Edwyn Collins, ex-vocalista da Orange Juice, e será lançado pela FatCat Records. A faixa de apresentação do novo álbum é “The Hype”, gravada à beira da piscina e com um clima totalmente de verão. Apesar disso, as letras da banda costumam seguir por temas politizados, embora deixadas de lado nesse novo álbum, cuja ideia que o perpassa seja de um grande convite ao balanço.

Corniglia

:: De Perth, Australia, vem Corniglia, tendo como seu centro de gravidade o duo Chloe De Paoli e Matthew Irwin. Seu primeiro, auto intitulado e aconchegante álbum é um apanhado de tudo que a banda produziu desde 2016, a partir do primeiro single “Oh My Love”. Em geral a sonoridade do grupo segue pelo caminho das sutilezas, conduzidas pelos vocais etéreos de Chloe, mas que vez ou outra cede espaço para o companheiro (são namorados) cantar. Há um pouco do dreamp-pop, de indie-pop e da psicodelia em vários momentos do álbum, que é bem diversificado, mas coeso. Entre as influências citam: The Beatles, Bob Dylan, David Bowie, Radiohead, Tame Impala, Pink Floyd e My Bloody Valentine. A dupla não apenas escreve e grava, mas também fazem toda a arte e todos os vídeos para o projeto, ao melhor estilo “faça você mesmo”.