Vem aí o novo disco do Whimsical, o Slowdive norte-americano
Por mais que o trabalho do guitarrista Neil Burkdoll deva ser apreciado e respeitado como um dos melhores do cenário Shoegaze dos Estados Unidos, é inegável que o destaque do Whimsical é sua vocalista, Krissy Vanderwoude. Não só pelo Whimsical, na verdade, mas pelo seu trabalho como ativista do Shoegaze, pelo programa na melhor webradio do Shoegaze atual, que é a KDFM, e sua participação em vários outros trabalhos do gênero, como a parceria com o suíço Andy Jossi, do Churchill Garden.
A voz de Krissy mantém-se encantadora em Melt, o novo disco do Whimsical, que sai no próximo dia primeiro de abril, porém menos melancólica que nos três trabalhos anteriores com a banda – Setting Suns are Semi-Circles (2000), Sleep to Dream (2017) e Bright Smiles & Broken Hearts (2019). Ela tem influências óbvias de Liz Frazer (Cocteau Twins) e, principalmente, de Rachel Goswell (Slowdive), mas personalidade suficiente para desenvolver o seu próprio estilo, hoje referência para outras vocalistas de bandas Shoegaze.
O que vale para Krissy vale para o Whimsical. As influências de Slowdive são evidentes, porém, não só pelo vocal, mas pelo estilo dos arranjos de guitarra, dificilmente se dirá tratar de uma banda britânica. É Shoegaze clássico, com o wall of sound bem dosado para não se sobrepor ao vocal, guitarras esparsas e bateria minimalista. Mais um grande disco do Whimsical, com certeza um dos melhores de 2022!
Tim Howells é um australiano bastante eclético em seus projetos.
Com The Summer Collection ele faz um mix interessante de Post-Punk com Synthwave. Já com o Sonic Delays, o foco é a guitarra, ora crua e rústica, ao estilo lo-fi, ora cheia de efeitos, na praia Shoegaze/Noisepop. Lançou EPs com seus dois projetos em 2022. O Zoomer, do Sonic Delays, foi lançado em 22 de janeiro em sua página pessoal do Bandcamp.
O debut da banda britânica The Hermitts, Weight of the World, será lançado apenas no dia 6 de maio,
e duas músicas estão disponíveis em sua página do Bandcamp. Formada recentemente, em meados do ano passado, já faziam barulho. Estão sendo chamados de “Next Bit Thing”, por suas músicas ruidosas e meio lo-fi, como se fossem um cruzamento de The Jesus & Mary Chain e Guided By Voices. Vale a pena conferir.
Puppy Love é uma banda costarriquenha, terra do Las Robertas,
e faz um Shoegaze com nuances psicodélicas. Está na ativa desde 2018, e há vários trabalhos para serem ouvidos em sua página do Bandcamp, a maioria singles e EP’s. As três músicas que compõem o EP PXPPXLXVX III estarão no próximo disco cheio da banda, que deve sair nas próximas semanas.
Na coluna passada falamos da cena texana e deixamos de fora o Letting Up Despite Great Faults.
Consertamos aqui o esquecimento – se bem que a fama da banda ultrapassa a cena Shoegaze/Dreampop e ela pode muito bem ser comentada por outro colunista do site. O Letting Up Despite Great Faults é bem mais direcionado ao Dreampop, apesar de arranjos gaze aparecerem aqui e ali. Os vocais são suaves e as guitarras, upbeat. Pelo clima “pra cima” não seria equivocado etiquetá-la como uma banda Indiepop. O disco IV saiu no dia 4 de março passado e vale muito a audição.
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