‘Letter to Self’ é marcado pela crueza e a busca da catarse através de camadas de distorção ou riffs esparsos sob o comando de Karla Chubb
Da mesma Irlanda que recentemente deu ao mundo nomes como os já consagrados Fontaines D.C., e os recém queridos Just Mustard e The Murder Capital, surge a estreia em álbuns do quarteto de Dublin Sprints e seu Garage-Rock-Noise visceral e envenenado em riffs sujíssimos de guitarras. Liricamente, o as letras falam, dentre outras coisa, de problemas como saúde mental (“Ticking” e “Heavy”), homofobia (“Catedral”) e pensamentos suicidas (“Shadow Of A Doubt”).
A banda é comandado pela vocalista, Karla Chubb, que se entrega totalmente em cada uma das onze canções que compõem Letter to Self. E não há como escapar, é um álbum de estreia de muitas qualidades, recheado de canções enérgicas e que, com poucos dias que o ano iniciou, desponta como um trabalho a se manter em mente, fazendo jus ao que já haviam apresentado ao longo dos quatro singles apresentados previamente.
O grupo admite influências de bandas oitentistas como Bauhaus e Siouxsie and the Banshees (atenção em “Can’t Get Enough Of It”), e também inspiração em formações mais recentes como Savages, com quem compartilham essa tendência em fazer os arranjos oscilarem entre calmaria, pontuada por riffs esparsos, e explosão de barulho que se expande e quer por todas as paredes abaixo. É possível encontrar referências também de Pixies, como na ótima “Shadow Of a Doubt”, e o senso de urgência do Fontaines D.C em Dogrel, seu álbum de estreia.
+++ Leia a crítica de ‘Dogrel’, do Fontaines D.C.
Mas não se engane, o debute dos irlandeses é consistente e surpreende em sua crueza e busca daquele senso de catarse, presente em cada canção.
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