Em dezembro de 2018 o The Jesus and Mary Chain subiu ao palco do Hollywood Palladium (em Los Angeles, California – EUA) durante seis noites para apresentar desfilar canções de sua rica discografia, marcada por momentos de noise selvagem e calmaria quase plácida. O resultado dessas apresentações estão condensadas nas 17 canções que compõem Sunset 666, seu terceiro disco ao vivo oficial após sete álbuns e 40 anos de carreira. A banda nunca primou pela preocupação em performances “perfeitas”, mas em apresentações bombásticas, o que justifica sempre a curiosidade em relação ao material a ser entregue.
Lançado em clima de comemoração pelas quatro décadas de sua formação, o disco é uma oportunidade de ter um registro ao vivo da banda dos irmãos Reid. Por outro, não deixa de ser frustrante perceber que o repertório é centrado em canções menos esporrentas da banda, sejam elas do Psychocandy, Automatic ou Honey’s Dead, os discos em que se permitiram colocar as distorções/microfonias/feedback entre o ensurdecedor e o “no talo”. Fugindo desse paradigma, “The Living End” e “In a Hole” são as faixas mais esporrentas do repertório, ao menos em disco, mas “sob controle” aqui. E o fato de “Upside Down”, explosivo primeiro single da banda, ter ficado de fora, não deixa de ser um fato no mínimo curioso.
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Essa suavizada, mais evidente nas três primeiras faixas que abrem o disco, não quer dizer que o Sunset 666 não tem seus momentos barulhentos, mas que tudo parece sobre controle, sem aquele noise sufocando voz e bateria, por exemplo – e também há pouquíssimo espaço para o barulho que poderia vir da plateia -, o que de certa forma torna o disco uma espécie de “ao vivo de estúdio”. Por outro lado, a mixagem permitiu que o vocal de Jim surja totalmente audível e até o baixo, muitas vezes inaudível, surja poderoso, como em “All Things Pass”. “Reverence” é dos poucos momentos de improviso, com direito a um incidental de “I Wanna be Your Dog”, dos Stooges.
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