Karl Bartos segue no caminho da eletrônica no bom ‘Off The Record’


Foto de Karl Bartos
Foto | Katja Ruge

Pouco antes do lançamento da coletânea The Mix (1991), Karl Bartos deixou o grupo alemão Kraftwerk, banda seminal para a música eletrônica. Bartos esteve na “usina de força” por quinze anos (1975-1990), e participou dos álbuns clássicos do grupo. Em sua próprias palavras: “queria ter vida própria”.

No prosseguimento, o músico cuja formação clássica é em percussão, topou alguns projetos, dentre eles o Electronic (de Bernard Sumner e Johnny Marr), o Elektric Music, e lançou um álbum solo, Comunication (2003) –  Bartos lançou três singles em 2016: “15 Minutes of Fame”, “Life” e “I’m The Message”.

Após aproximadamente dez anos desde seu primeiro trabalho, Bartos resolveu mergulhar em seu vasto arquivo musical, criado ao longo de algumas décadas, saindo de lá com as canções que compõem Off The Record.

Com Off The Record ele segue a mesma linha eletrônica de sua antiga banda, apresenta um álbum onde é impossível não notar certa discrepância entre as canções. Essa alternância de ambientações pode tanto remeter a climas de álbuns do Kraftwerk lançados nos anos 70/80, com um quê mais moderno, quanto dos anos 90, via Electronic. Essa proximidade sonora mais mostra a influência de Karl na música de ambos, do que um surrupio por parte do artista, já que Bartos sempre se mostrou um músico inventivo.

Off The Record traz doze faixas, a maior parte delas com letras em inglês, com exceção de “Nachtfahrt”, um dos momentos interessantes do álbum e que conduz diretamente a “Autobahn”, um dos clássicos de sua ex-banda.

Embora a marca registrada do álbum seja a profusão de sintetizadores, Bartos gosta de cantar (geralmente usando o efeito vocoder, que torna a voz robotizada) e o faz em várias canções, alcançando seu momento mais pop em “Without a Trace of Emotion”, que apesar do título frio é uma das canções mais “quentes” do disco ao lado de “Rhytmus”, que se conecta ao Kraftwerk circa Computer World.

+++ Leia na coluna ESSE EU TIVE EM VINIL sobre ‘Radioactivity’, do Kraftwerk

O álbum traz ainda uma faixa que é produto da parceria de Bartos com os músicos Bernard Sumner e Johnny Marr, a dançante “Musica Ex Machina”.


 

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