Em A Way Forward, seu segundo trabalho, o trio Nation of Language dá prosseguimento ao seu Synthpop de influências oitentistas e roupagem contemporânea. Ainda que muitos dos elementos eletrônicos presentes nas canções tragam aquele cheiro de naftalina que joga o ouvinte numa máquina do tempo musical, o grupo é inteligente para trazer novas abordagens e elementos sonoros que atualizam o gênero para os tempos atuais. Essa capacidade de fazer a ligação entre as épocas e não soar datado é um dos grandes trunfos do grupo, e já havia sido demonstrada com resultados interessante em Introduction, Presence, álbum lançado em 2020.
Como é de se esperar de um segundo álbum, A Way Forward segue com o grupo em busca de aperfeiçoar e dar novos ares para suas canções. A abertura com a sequencia melódica criada pelos synths de “In Manhattan” lembra “Baba O’Rilley”, do The Who. E em seu conjunto de referências musicais ligados à eletrônica (eles até fizeram cover de Gouge Away, dos Pixies), é possível encontrar as batidas típicas do Krautrock de bandas como Neu!, na envolvente “Across the Fine Line” e na sensação de movimento proporcionada por “This Fractured Mind”; a eletrônica de melodias simples características do Kraftwerk em “Wounds of Love”; e o Synthpop de matizes oitentistas via timbres de sintetizador de sabor retrô, em conexão com ícones do britânicos gênero na década de oitenta, como The Human League, Depeche Mode e OMD, em canções como “The Grey Commute” e “Whatever You Want”.
+++ LISTA DE 7 | Álbuns essenciais para entender o Synthpop
Apesar do Synthpop estar no cerne das composições, o grupo não se furta de usar elementos como baixo e guitarra (cobertos por efeitos que lhes dão um som mais sintético e menos orgânico), mais presentes nesse A Way Forward, o que torna ainda mais interessante a dinâmica das composições – é possível checar essa interação entre as várias partes da música do grupo nas apresentações ao vivo. Apesar dos poucos elementos utilizados, as canções de Ian Devaney (voz e guitarra), Aidan Noel (sintetizadores) e Michael Sue-Poi (baixo) soam repletas de camadas, e o timbre do vocalista soa como uma cruza entre Bryan Ferry e Matt Berninger (The National).
Faz todo o sentido o título do novo trabalho, e até soa como uma pista de que a banda já encontrou e estabeleceu o “caminho a seguir”. Até aqui, o caminho está bem pavimentado e convidativo.
INFORMAÇÕES:
LANÇAMENTO: 05/11/2021
GRAVADORA:
FAIXAS: 10
TEMPO: 44:05 minutos
PRODUTOR: Nick Milhiser e Abe Seiferth
CURIOSIDADES: Ian Devanei se diz inspirado na mesma medida por Talking Heads, My Bloody Valentine, Yo La Tango, assim como OMD e Kraftwerk
DESTAQUES: “In Manhattan”, “Across the Fine Line”, “This Fractured Mind”
REFERÊNCIAS: Krautrock, Synthpop, Kraftwerk, OMD
OUÇA NATION OF LANGUAGE – A WAY FORWARD
No Comment