Octeto caroline e seu inusitado paradoxo minimalista em estreia


Caroline Band

A ideia de banda com grandes formações sugere arranjos suntuosos, cheios de camadas de instrumentos se sobrepondo. É uma ideia que vira pó ao irmos de encontro do homônimo álbum de estreia da banda inglesa, baseada em Londres, caroline (eles usam a grafia em minúsculas mesmo).

Um octeto que começou como trio e foi agregando novos músicos, a banda tem em Jasper Llewellyn, Mike O’Malley, Casper Hughes o núcleo principal do grupo, completado pelos músicos Oliver Hamilton (violino), Magdalena McLean (violino), Freddy Wordsworth (trompete, baixo), Alex McKenzie (clarinete, saxophone) e Hugh Aynsley (bateria, percussão).

Com alguns poucos shows com essa formação maior (cinco ou seis nas palavras deles), foram vistos por Geoff Travis, o cara da Rough Trade, que de pronto lhe ofereceu um contrato, algo que nem a própria banda acreditou.

Numa espécie de comemoração dessa “parceria” e também para apresentar a banda, fizeram uma apresentação dentro de uma piscina vazia em um prédio abandonado, onde tocaram duas das faixas presentes no disco de estreia: “Skydiving Onto the Library Roof” e “Dark Blue”, single de 2021 e 2020, respectivamente. “Dark Blue” é uma das faixas mais comentadas do disco. Em entrevista revelaram que estavam tentando fazer algo parecido com uma canção do Mogwai.

A música do grupo é marcada por arranjos minimalistas, repetições, experimentações e letras bem curtas, com a repetição dos versos.

Devido as origens musicais e ligações do trio central, é comum encontrar definições como Appalachian Folk, Minimalist Classical, Post-Rock, Art-Rock e algumas outras para a inclassificável música da banda. Em alguns pontos, não há como fugir das comparações com o Black Country, New Road, por causa da formação e também pela sonoridade pouco convencional. Distorções? Esqueça!

+++ Leia a crítica de ‘For The First Time, do Black Country, New Road

Predominam os ambientes um tanto bucólicos, clima de melancolia, com aproximação do Indie-Folk. Os andamentos são cadenciados, e os arranjos longos e ricos em instrumentos, mas sem que surjam todos ao mesmo tempo, o que dá esse ar propositadamente e paradoxalmente minimalista dentro de uma gama de possibilidades musicais que se apresenta. E há algo de cinematográfico na música deles que até pode parecer uma trilha sonora para um filme.

Podem vir a ser uma das grandes estreias de 2022…OU NÃO?!


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