THE ELECTRIC SOFT PARADE | Stages


Foto da banda The Electric Soft Parade

“Stages é um álbum regular,  aponta novas direções e amadurecimento do grupo em tempos difíceis”

The Electric Soft Parade foi uma banda surgida durante a década de 2000 e que teve logo muito reconhecimento entre mídia e público. Caso o leitor nunca tenha ouvido falar desses ingleses, deve ao menos correr atrás do début Holes In The Wall (2002) e escutar as canções interessantes contidas ali. A banda liderada pelos irmãos Alex e Tom White, a exemplo de muitas outras que apareceram de surpresa em 2020, também surge com um novo trabalho depois de um longo hiato, neste caso, foram 7 anos (o último foi Idiots de 2013).

Stages chega em meio a uma pandemia mundial num momento difícil, conturbado e com vários campos artísticos sem muita produções novas (como é o caso do cinema). Da mesma forma, é um álbum que nasceu após a morte da mãe de Alex e Tom. Então, o sentimento que ronda o novo trabalho é de pesar, luto, insegurança e melancolia.

O grupo resolve abrir o disco logo com a insossa “Saturday” que, diga-se de passagem, acaba sendo uma tarefa perigosa pois é justamente na faixa de abertura que o ouvinte precisa ser hipnotizado e ter incentivo para seguir adiante. Sem uma melodia convincente e tentando sair de um padrão indie-rock com mais peso, a canção que tenta seguir por uma balada é uma das que menos brilham no álbum.

Por sorte, “Never Mind”, a faixa seguinte, traz a banda numa boa performance se dando ao direito de criar uma canção que ganha um panorama sonoro fundindo o Indie-Rock de melodia grudenta com o orquestrado (com muita ênfase nos belos sopros), o mesmo vale para “Left Behind” que nos instantes finais se envolve numa caótica parede sonora envolvendo saxofone, guitarras e sintetizadores.

Neste disco, a banda adota um caminho de criar mais faixas longas e complexas, a variedade de instrumentos é enorme: elementos acústicos, elétricos e de sopro (trombone, saxofone tenor, saxofone barítono e trompa), entretanto, algumas canções acabam perdidas e não aproveitam esse potencial sonoro.

“The Bargain”, por exemplo, tem um início interessante, entretanto é longa e exaustiva, termina forçada se preocupando mais em assumir um clima 70’s do que realmente apresentar as novas características da banda. Outras canções apostam simplesmente no velho formato rock de colocar as guitarras no talo e se aproximar de um clima épico chegando quase aos 10 minutos, mas isso também não empolga na exaustiva “Roles Reversed”.

Entendam, não são os sentimentos que permeiam o disco devido a perda de um ente querido ou de uma fase difícil da vida de qualquer ser humano, até porque outros grupos e artistas conseguiram brilhar diante de momentos tão adversos assim. Muitos discos importantes da história vieram em momentos delicados onde os músicos estavam com o psicológico totalmente abalado.

Problema é que Stages chega regular. Entretanto, diante de uma banda gigante e com um arsenal sonoro de qualidade que se aproxima dos 20 anos de carreira, pode ser que o disco aponte um novo caminho, mas que precisa ser rebuscado pelos próprios ingleses. Um novo trabalho, depois de um longo hiato, pode ser o prenúncio de mais canções chegando com as novas características da banda em amadurecimento e com o pesar se esvaindo vagarosamente.

NOTA: 5,7

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NOTA DOS REDATORES:
Eduardo Juliano:
Isaac Lima:
Luciano Ferreira:
Marcello Almeida:

MÉDIA: 5,7


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:: FAIXAS:

01. Saturday
02. Never Mind
03. The Bargain
04. Left Behind
05. On Your Own
06. Roles Reversed
07. Fragments

 

 

 


 

:: Ouça o single “Left Behind”:


:: Assista ao videoclipe de “Never Mind”:

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