THE STROKES | The New Abnormal


Foto The Strokes, 2020

“Novo álbum dos Strokes mostra a banda experimentando novos elementos em sua sonoridade”

The Strokes está de volta com um estilo completamente sofisticado no sexto álbum de estúdio. Após sete anos entre projetos paralelos e EP’s, chega The New Abnormal, sucessor de Comedown Machine (2013).

As primeiras impressões do álbum deixam uma sensação de paz com o passado e exalta a maturidade dos integrantes da banda. Uma viagem pelos anos oitenta, recheada por sintetizadores e guitarras melancólicas que abraçam o ritmo dançante da New Wave.

The New Abnormal foi gravado em Malibu, na Califórnia, nos estúdios de Rick Rubin, um mago das produções, conhecido por ter trabalhado com nomes como:  Beastie Boys, RHCP, Slayer, Adele, Johnny Cash e Metallica. A capa do disco reproduz um trabalho, de Jean-Michel Basquiat, de 1981, intitulado Bird on Money.

The Strokes surgiu em 2001 com o impactante Is This It, carregando o “título de salvação do rock”. Com um visual rebelde e atitude Punk, a banda resgatou o espirito do Rock, com um estilo retrô e rock de garagem. Explodiram nas rádios e canais de televisão. O rock’n’roll estava de volta ao grande público.

Toda essa repercussão em volta do álbum de estreia dos novaiorquinos fez o mundo prestar atenção em nomes como: The White Stripes, The Hives, Libertines e Arctic Monkeys, entre outras bandas.

Com The New Abnormal os The Strokes chegam a bordo de um trem-bala, experimentando elementos do Rock clássico e alternativo, com um conjunto de canções dançantes, endossadas por uma sonoridade que traz os velhos anos oitenta para os dias atuais em uma roupagem moderna.

O álbum abre com a nostálgica e melódica “The Adults Are Talking” com guitarras e batidas engajadas no Pós-Punk. enaltecendo o talento de Julian Casablancas para contar histórias sentimentais. Os solos e riffs das guitarras de Nick e Albert invocam o espirito indie e crescem quando encontram a voz suave de Julian que canta versos como: “Nós estamos doentes. Não esqueça nossos rostos”. Frases que podem soar pertinentes para os dias que custam passar nesse isolamento social.

“Selfless”, com suas guitarras energizadas, sintetizadores e batidas eletrônicas, lembra muito as baladas do Daft Punk. Com Julian cantando sobre viver a vida sem desperdiçar os momentos: “Por favor não demore. Porque eu quero seu amor. Sem seus braços, a vida é muito curta”, diz a letra.

“Brooklyn Bridge To Chorus” é uma viagem visceral iniciada por um notável sintetizador. Com a banda pisando firme em um pop dançante que em alguns momentos lembra A-Ha e Pet Shop Boys. Uma canção eletrizante e cativante. Sua estrutura instrumental é absolutamente incrível. Uma música que tem tudo para se tornar mais um grande hit dos Strokes, ou invadir de vez as pistas de dança. Julian faz uma crítica social a pessoas que ficam presas no tempo, falando especificamente dos anos 80: “E a música dos anos 80, sim, como foi? Quando eles disseram: “Este é o começo dos melhores anos”.

Em “Bad Decisions” a banda faz referência a Billy Idol, lembrando a emblemática canção “Dancing With Myself”.  E essa semelhança não é à toa, já que o cantor divide os créditos da faixa com a banda. Em certos momentos remete ao U2. É a canção que mais lembra o rock primitivo do começo da banda. Isso pode agradar fãs mais devotos de Is This It. Tem potencial para funcionar muito bem ao vivo.

Com os pés firmes nos sintetizadores, encontramos “At the Door”, uma canção que deixa mais ausente o baixo e a bateria, sendo levada por uma guitarra em segundo plano. A música foi apresentada no dia 11 de fevereiro no show que a banda fez para o comício do pré-candidato à presidência dos EUA, Bernie Sanders. A banda anunciou publicamente seu apoio ao candidato. Em entrevista Julian Casablancas disse: “Bernie Sanders representa a nossa única chance de passar por cima do poder corporativo e ajudar os EUA a retomarem a democracia”. A canção também ganhou um videoclipe em animação que lembra os desenhos dos anos oitenta.

O encerramento é com a ótima “Ode To The Mets”, com riffs marcantes de guitarras. A canção soa como uma conclusão de tudo que foi apresentado nas outras faixas. “E com o passar dos anos, meu velho ouvido está de volta. Eu não vou mostrar meus dentes rapidamente”, canta Julian. A canção ainda faz uma referência ao New York Mets, time de baseball do Queens.

O disco reflete a maturidade atingida pela banda no decorrer da sua jornada de altos e baixos.  Para quem esperava um retorno ao Rock setentista do começo, esqueça. O grupo segue experimentando diversos elementos para agregar sua identidade musical. É daqueles álbuns que vai crescendo a cada audição, e quando chega ao final dá vontade de apertar o play mais uma vez.

NOTA: 7.7

| OUÇA “BAD DECISIONS” EM NOSSA PLAYLIST DE 2020:: PLAYLIST URGE! 2020 |


NOTA DOS REDATORES:

Eduardo Salvalaio:
Eduardo Juliano:
Isaac Lima:
Luciano Ferreira:

MÉDIA: 7.7


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Capa do álbum The Abnormal, do The Strokes

:: FAIXAS:

01. The Adults Are Talking
02. Selfless
03. Brooklyn Bridge To Chorus
04. Bad Decisions
05. Eternal Summer
06. At The Door
07. Why Are Sundays So Depressing
08. Not The Same Anymore
09. Ode To The Mets

 

 


:: Ouça o álbum:


:: Assista ao videoclipe de “At The Door”:

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1 Comment

  1. Josiane Faquine
    15/10/2022

    Nossa! Que resenha maravilhosa sobre esse disco maravilhoso do Strokes.

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