“Andrew Bird sobrevoando bem alto em sua carreira segura com My Finest Work Yet”
Andrew Bird começou nos 90’s como líder de uma banda, Bowl Of Fire. O multi-instrumentista criou asas, seguiu adiante sozinho, mas foi conquistando fãs e sempre teve colaborações importantes em seus álbuns, assim como normalmente costuma ser requisitado para colaborar com outros artistas (não é possível citar agora porque a lista é imensa). Com uma discografia extensa, o sucesso não afetou o músico e através de seu jeito tranquilo e sem estardalhaço, Andrew também criou uma simpatia pelas redes sociais e seu Twitter nunca fica parado, além de sua agenda de shows ser frequente, Bird também divulga novos artistas e mostra uma pessoa antenada com o mundo da música.
Com tantos discos na carreira (que já passam de 15), Andrew sempre esteve acima da média, atravessou décadas sem parar de compor e sempre procurou uma amplitude musical em seus discos firmando suas características únicas. Seu jeito de tocar violino, os assovios que costumaram ser comuns em algumas canções, as camadas e texturas que criam um clima orquestrado sem perder a postura indie, sua própria experiência que conta na criação de melodias infalíveis e grudentas. O talentoso Bird que se inspirou em muitos nomes para construir sua carreira sólida e em ascensão, deixa toda uma inspiração para artistas que vieram de 2000 pra cá como Owen Pallet, Beirut, Sufjan Stevens, entre outros.
Com uma sonoridade inicial que se acentuava bastante para o indie folk, o músico foi se transformando em sinfônico, jazzístico e experimental com o avanço de sua discografia. Isso fica mais do que evidente neste novo trabalho.
‘My Finest Work Yet’ é um disco que se fixa como porto seguro para quem já conhece a discografia do músico. Para quem está iniciando, também é bem indicado porque é um resumo dos seus discos anteriores. A experiência de Bird se fortifica e a sonoridade agrada tanto quem gosta do indie folk e rock como da sonoridade que bebe na fonte da música clássica. O novo disco tem faixas que de cara conquistarão o ouvinte, um pouco por conta do apelo pop, o refrão ganchudo, a melodia direta e memorável, é o que acontece em ‘Olympians’, ‘Fallorun’ e ‘Proxy War’. Outras faixas necessitarão de atenção, são mais complexas e acrescentam um instrumental mais abrangente, disparam para outros gêneros como o jazz (‘Bloodless’) ou assumindo uma postura de música teatral/circense (‘Don The Struggle’).
Os elementos instrumentais que Andrew construiu ao longo de sua carreira, continuam intactos. Os trunfos sonoros como assovios e violinos que constituem camadas certeiras e necessárias para seus álbuns, aqui ganham força, sobretudo nas faixas ‘Sisyphus’ e ‘Archipelago’. Andrew vai colocando seu nome no rol dos importantes músicos dessa era, jogando o seu talento todo não para inflar seu ego, e sim, sua música de qualidade.
::NOTA: 7,8
NOTA DOS REDATORES:
Eduardo Juliano: –
Isaac Lima: –
Luciano Ferreira: –
MÉDIA: 7,8
::LEIA TAMBÉM DE EDUARDO SALVALAIO: CRUSHED STARS – GO DARK, CANAVERAL (2019)
::FAIXAS:
01. Sisyphus
02. Bloodless
03. Olympians
04. Cracking Codes
05. Fallorun
06. Archipelago
07. Proxy War
08. Manifest
09. Don The Struggle
10. Bellevue Bridge Club
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::Mais Informações: Facebook | Site oficial
::Ouça ‘Sisyphus’:
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