“Álbum acima da média, só faltou esmero, mas pode reluzir num dia de verão em festa com os amigos”
Por trás do projeto musical, ainda um tanto quanto desconhecido, como o Young Dreams, há uma história e tanto. Matias Ernesto Leiva Tellez é o norueguês mentor por trás desse projeto. Espera, mas com esse nome? Sim, nosso cantor, compositor e produtor é filho de pais chilenos que partiram para a Noruega como refugiados políticos. Garantia de uma vida melhor, de mais segurança, Matias teve uma educação musical bem precoce: aos seis aprendia violino, e aos sete, piano. Porém foi com doze anos que passou a ter seu instrumento preferido, guitarra. O pequeno Matias, não bastasse essa facilidade para com os instrumentos, tinha por preferência ouvir bossa-nova e artistas brasileiros como Mutantes e Jorge Ben. Para complementar essas informações, é válido dizer que o músico é bem procurado pelos remixes que faz e já trabalhou com outros artistas de nome como Kakkmaddafakka e Sondre Lerche.
É um músico que nem chegou aos seus trinta (é de 1989). Começou a compor seus primeiros discos ainda no início dos anos 2000 usando apenas o nome de Matias Telles. Foi no final de 2010 que o nome Young Dreams passou a incorporar as ideias musicais do artista. Juntou mais alguns músicos, inclusive seu irmão Pablo Telles, e seguiu adiante. O primeiro disco trazendo esse nome chegou em 2013 com o título ‘Between Places’.
A sonoridade do Young Dreams é baseada na dance music contemporânea trazendo também muita coisa do dream-pop atmosférico.
Espere encontrar algum flerte com os 60’s, tanto que em faixas como ‘Somebody Else’ e ‘Wildwind’ parece que estamos escutando um The Beatles ou The Kinks encharcados de um clima mais dançante. O grupo faz bastante uso dos recursos tecnológicos, ‘Demolition’ e ‘Gun Of Light’ abusam de sintetizadores, efeitos e vocoder. Mesmo com doze faixas e numa mistura de gêneros, o disco parece brilhar melhor em momentos onde o dream-pop almeja fincar mais o pé (‘Boys’ e ‘Sea One’).
Algumas composições poderiam ter recebido um esmero maior para que o disco funcionasse num conjunto único e convincente. Infelizmente há canções que fogem da beleza sonora que o álbum buscava ter (e que ‘Cells’ despertou no ouvinte). Partindo da genialidade e da grande história musical do mentor Matias Telles, vale contar com mais produções no futuro, com aquele grande álbum que uma banda pode lançar e que a todo ouvinte aguarda. Um cara que curte música desde criança e com um potencial para a arte sempre tem alguma carta na manga.
:: NOTA: 6.5
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:: FAIXAS:
01 – Cells
02 – Wildwind
03 – My Brain on Love
04 – Somebody Else
05 – Demolition
06 – Sea One
07 – Gun of Light
08 – Sea Two
09 – Le Futur Qui Passe
10 – Astral Plane
11 – Boys
12 – Take My Lungs
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::Mais Informações:
Allmusic Soundcloud Twitter Wikipedia
:: Assista abaixo ao vídeo de ‘Cells’:
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