Quem é fã de Dreampop, Post-Rock, Shoegaze e não escutou e nem nunca ouviu falar do álbum de estreia da banda Ousel, um conselho: vai lá e ouve com urgência, pois é um dos melhores e mais surpreendentes trabalhos lançados nessa seara por uma banda brasileira.
De Goiânia, de onde tem saído bandas alternativas que tem angariado fãs pelo Brasil e mundo, o quarteto segue ainda pouco ouvido apesar de muito comentado. Seu álbum homônimo, lançado pouco antes do início da pandemia, entrou em várias listas de melhores do ano por aqui, e lá fora teve boa rotação em programas de rádios. A despeito da impossibilidade de apresentarem-se ao vivo, participaram através de Lives de festivais internacionais com bandas do gênero.
Com “Whispers”, o seu novo single lançado oficialmente hoje, a banda traz mudanças significativas: uma nova vocalista, uma nova sonoridade e um novo produtor. Thaís Michelone entrou no lugar de Roberta Moro, a sonoridade opta pela suavidade. Pontuada por camadas de sintetizadores discretos e guitarras melódicas: o Dreampop reveste-se de um Pop com elementos Dream, onde a voz de Taís é o elemento que se sobressai. Luis Calil, da banda Cambriana, assumiu a produção do single.
No release a banda assim define “Whispers”:
“Whispers” expõe aquele lugar mais íntimo e profundo em nós, onde guardamos nossas inseguranças, e que nos aceitamos como seres vulneráveis. Bem ali escondido de tudo, o medo de ser quem realmente somos, de se abrir para o outro e não ser aceito, de nos apresentarmos como seres imperfeitos. Uma sociedade desgastada e ferida, onde punimos uns aos outros constantemente e punimos a nós mesmos. Aquela voz interior que suspira, “você não é suficiente”, e os sonhos que permanecem guardados e intactos.
Aparentemente, há um novo direcionamento a ser seguido pelo quarteto, que promete para um novo álbum para um longínquo 2022. Apesar da mudança da tônica, a Ousel mostra-se ainda capaz de criar um arranjo viciante numa canção que é puro deleite.
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