LANÇAMENTOS NACIONAIS: Lautmusik, Sonhos Tomam Conta, Churrus e Duplo


Foto da banda Lautmusik
Lautmusik

Disintegrate/Broken Bones (single), de Lautmusik

“Post-Punk/Shoegaze de Porto alegre. Uma banda perdida nos trópicos”. Assim se define em sua página no Spotify o quarteto gaúcho Lautmusik (FOTO DE DESTAQUE). Com bagagem na cena musical alternativa nacional, a banda tem dois álbuns lançados: Lost in the Tropics (2011) e Juniper (midsummer madness,2015), e feitos interessantes, como abrir shows de bandas gringas em passagem pelo país: Radio Dept, A Place to Bury Strangers e The Cure. Em 2019, a banda seguia em processo de preparação para terceiro disco, e lançaram dois singles, “Singalong” e “Little Halo”, esse último com uma versão para “Over and Over”, da banda Skywave. A pandemia estourou em 2020 e logo depois aconteceu a morte do guitarrista Cássio Forti, provocando uma pausa. 2022 marca o retorno da Lautmusik com um novo single e as expectativas de que o novo álbum enfim possa ver “a luz do dia”. Comandado como sempre pelos vocais de Alessandra Lehmen, as duas novas canções “Disintegrate/Broken Bones” marcam o retorno em boa forma do grupo, com mais um incrível trabalho de guitarras e vocal de Alessandra.


Maladaptive Daydream, de Sonhos Tomam Conta

Prolífico, o projeto Sonhos Tomam Conta, capitaneado por Lua Viana segue soltando material novo em 2022. Após o lançamento do bonito EP Insolação, o álbum Maladaptive Daydream deveria ser o mais novo lançamento, mas já tem um single lançado recentemente, borderline/dias perdidos, o que só corrobora nosso primeiro adjetivo do texto. E o álbum dá prosseguimento àqueles ambientes sonhadores e de devaneios já encontrados no EP, mesclando elementos das vertentes do Shoegaze (Blackgaze e Nugaze), Dreampop e de Ambient Music. Se os instrumentais são verdadeiros delírios sônicos envoltos em camadas de guitarras altíssimas e vocais soterrados, as atmosferas são repletas de névoa e também luzes, as letras trazem temas que casam com perfeição ao turbilhão sonoro: “Essa semana passou como um devaneio de verão (não quero mais acordar) / Não consigo mais dormir, porque encarar o sol parece mais / bonito que me perder em sonhos no escuro (Corpos Gelados, Manhãs de Sol). Como se não bastasse, Lua se mostra exímia criadora de títulos para canções, algo que vem desde seus primeiros lançamentos: “Meu Corpo é uma Prisão” (Hypnagogia, 2021), por exemplo, e aqui em “Onirismo e Estações Desbotadas”.


A Promenade Love (single), de Churrus

Sob as paredes de barulho, seja do baixo ou das guitarras, é possível encontrar um grande senso melódico em “Promenade Love”, novo single da banda de Minas Gerais, Churrus, através das batidas acústicas, do riff melodioso e também do vocal. Com longevidade e discografia relativamente extensa para os padrões das bandas alternativas nacionais e sempre apresentando trabalhos gráficos interessantes e belos – vide a linda capa de Monotone, álbum de 2012 – esse é o segundo single que o quinteto lança desde que lançou Besides, álbum de 2020. Em 2021 lançaram o também atraente single “Shallow”. São duas faixas que sinalizam um novo álbum mais pra frente, que pelas qualidades das novas faixas tem tudo para agradar aos fãs da combinação melodia/barulho que o grupo gosta de enfatizar. “Marcada pelo romantismo característico da banda, trata sobre a liquidez dos relacionamentos ao mesmo tempo que é reticente quanto um ideal inatingível, quase platônico, do amor”, diz o anúncio da nova faixa.


2, de Duplo

O quinteto paulista Duplo,  Cesar Hiro (baixo), Gustavo Estorvo(guitarra), Gustavo Paim (guitarra), Lucas Cabu (voz) e Paula Rebellato (bateria) é quase um mistério no quesito divulgação. Sem perfil nas principais redes sociais, o grupo parece optar por manter certa obscuridade no que diz respeito a sua imagem enquanto banda. É como se quisessem que sua música fale por si, já que seus trabalhos estão disponíveis nas principais plataformas de streaming. Com trajetória discográfica iniciada em 2018 com Demo, EP de cinco faixas – quando ainda eram um quarteto -, a banda lançou em 2019, pelo selo Nada Nada Discos, o EP “Dor Dor Dor, BB.”. Definindo-se como Psych-Punk, a música do Duplo é marcada por riffs incisivos de guitarra e também dissonâncias, em conexão com o Pós-Punk, e vocais eufóricos declamados em tom de teatralidade, remetendo ao Psychobilly de bandas como The Cramps, elementos encontráveis também na parte instrumental. No novo lançamento de três faixas, chamado apenas de 2, a banda segue na exploração dessa musicalidade com uma produção menos suja e utilização de novos elementos musicais, vide a inserção de synths na desesperadora “Deus”, em que o Lucas Cabu discorre sobre suas angústias e questiona: “Deus, será que você pode me ouvir?… Eu só quero fazer o bem, mas é mais fácil fazer o mal”.

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