:: LEIA EM: Português ou Castelhano
Falar sobre Shoegaze ou Dreampop feito na América do Sul há sempre que citar a música fulgurosa dos peruanos do Resplandor, uma das bandas precursoras do gênero no hemisfério Sul e responsável por alguns do álbuns que podem ser considerados clássicos.
Formada em Lima, no Peru, em 1996, Resplandor tem na discografia alguns EP’s, participação em compilações diversas, e três belos álbuns de estúdio: Elipse (2000), Ambar (2002) e Pleamar (2008), este último produzido pelo ex-Cocteau Twins Robin Guthrie.
Para além das fronteiras de seu país e de nosso continente, a banda, fez shows em países diversos da Europa e nos Estados Unidos. Em seu país natal, dividiram o palco com nomes como The Cure, The Jesus and Mary Chain, Mark Gardener (Ride), The Radio Dept., The House Of Love e Slowdive, “um sonho tornado realidade”, nas palavras de Antonio Zelada, referindo-se ao grupo de Rachel Goswell.
Com seu novo trabalho adiado mas prestes a ser lançado, Antonio nos informa que no segundo semestre deste ano devem lançar o primeiro single do novo álbum, que deverá ser lançado em 2021. Enquanto isso, pode-se revisitar a discografia da banda através do selo texano Saint Marie Records, que relançou os três álbuns da banda em CD e Vinil.
Atualmente sediado em Amsterdã, Resplandor hoje um trio formado por TaHЯ (teclados), Joeri (baixo) e Antonio (guitarra, voz e sequenciadores), que nos conta sobre o passado, presente e futuro de sua onírica banda.
01. Para nós, há um hiato na história de Resplandor, que vai após o lançamento de “Pleamar” (2008) até o retorno da banda aos palcos alguns anos após isso. Poderia nos contar o que aconteceu durante esse período e preencher essa “lacuna”?
R: No ano em que Pleamar foi lançado, fizemos alguns shows com Robin Guthrie na Argentina, e no ano seguinte fizemos uma turnê com Asobi Seksu nos Estados Unidos. Em 2010 e 2011, nos apresentamos no SXSW e tocando em outras datas nos Estados Unidos, em 2012 tocamos no Culture Collide Festival em Los Angeles, e em 2013 tocamos com The Cure em Lima, depois paramos de tocar por quatro anos até 2017.
02. A nossa percepção é que justamente no retorno desse hiato é que a banda conseguiu maior projeção, com shows com o The Cure (2013) e Slowdive (2017), está correto? Ao que poderiam atribuir essa “mudança”?
R: Paramos de tocar ao vivo após o show com o The Cure e o retorno foi em 2017, com o Slowdive, embora tivéssemos um tempo para tocar ao vivo, estávamos editando ativamente algumas músicas para as compilações da gravadora Saint Marie Records.
03. Pode-se afirmar que o cenário atual, antes da pandemia, claro, se tornou mais propício para bandas Shoegaze/Dreampop, inclusive por conta do retorno de nomes como Ride, Slowdive e outros?
R: Eu acho que desde 2007, com o retorno de The Jesus & Marie Chain, e 2008, com o retorno de My Bloody Valentine, houve um renascimento do Shoegaze. Tive a sorte de ver as duas bandas nos shows de retorno e foi incrível. No ano seguinte, tocamos em Lima com The Jesus & Mary Chain, acompanhados por Robin Guthrie.
04. O que poderiam nos contar sobre a sensação de dividir o palco com uma banda que é uma grande influência para vocês? E o que acharam do Slowdive como pessoas?
R: Anos atrás, havia conversando com Christian Savill que, com seu projeto Monster Movie, também fazia parte da gravadora alemã Alison Records, onde lançamos Ambar, foi incrível finalmente conhecê-lo pessoalmente. Compartilhar o palco com o Slowdive foi um sonho tornado realidade, são pessoas incríveis, tivemos tempo para conversar e contar algumas histórias. O dia 18 de maio marca o terceiro aniversário do show com eles em Lima.
05. Resplandor é uma das bandas precursoras na América do Sul do gênero Shoegaze, tendo influenciado muitas bandas em todo o mundo, como vocês se enxergam na cena musical de seu país e como a cena musical do seu país enxerga Resplandor?
R:
Embora no Peru tenhamos tocado com The Cure, The Jesus & Mary Chain, Slowdive, The House Of Love e muito mais, e a imprensa tenha dedicado várias resenhas e tenhamos aparecido na televisão, sempre fizemos parte da cena underground.
Exceto pelo show com o The Cure, que aconteceu no Estádio Nacional, os outros shows em Lima foram realizados com pouco mais de 1000 pessoas. Tenho a sensação de que existe um público indie maior no Brasil, Argentina e Chile. Há alguns anos, me mudei para a Holanda, reformulei a banda e fizemos uma turnê no ano passado pela Europa.
06. Em 2017, vocês participaram do tributo ao The Psychedelic Furs, do Blog TBTCI, e em uma entrevista desse mesmo ano afirmaram que planejavam lançar um novo álbum em 2018, o que aconteceu? Em que pé estão as canções que seriam lançadas?
R: Como eu disse, em 2018, me mudei para a Holanda e me casei, no ano seguinte fizemos uma turnê com a banda. Agora, dada a situação mundial, lançaremos o álbum no próximo ano, mas no segundo semestre deste ano devemos lançar o primeiro single do novo álbum.
07. Recentemente o selo Saint Marie Records relançou seus álbuns em versão remasterizada, vocês já haviam participado de uma compilação do selo com uma versão belíssima para “Morningrise”, do Slowdive, como aconteceu essa aproximação com o selo do Texas e quão oportuno foram esses relançamentos no sentido de apresentar a música de vocês para novas gerações?
R: Em 2012, trocamos alguns e-mails e eles estavam interessados na banda, eles já nos conheciam há muito tempo e aparecemos em sua primeira compilação, Static Waves. Durante muito tempo, nossos registros ficaram esgotados e essa foi uma boa oportunidade para poder reeditá-los. Também foi ótimo que a Saint Marie lançou “Pleamar” em vinil.
08. Muitos consideram, inclusive este que vos escreve, todos os seus álbuns clássicos do Shoegaze sul-americano. Como vocês percebem a difusão e crescimento do gênero na América do Sul? E quais bandas destacariam dentro desse panorama?
R: Eu vejo que o gênero cresceu na América do Sul e há muitas bandas influenciadas por ele. Eu acho que a difusão está sendo feita de forma independente, as novas bandas tem mostrado bastante cuidado com a produção de seus álbuns. Foram lançados recentemente Sexores, NAX, Adelaida, Seatemples e Altocamet vão lançar um novo álbum, eu também gosto de Loomer e Sobrenadar.
09. Vimos que vocês estão agendados para show em outubro, na Holanda. Como tem sido a rotina de vocês, enquanto banda, nesse cenário de pandemia?
R: Estávamos planejando tocar com Blankenberge em abril e iniciar uma nova turnê na Europa em maio deste ano, mas, dado o cenário da pandemia, teremos que adiá-la para o próximo ano. Por enquanto, tocaremos apenas na Holanda em outubro com o grande Pumuky da Espanha e o Death By Audio, uma excelente banda holandesa, você deve ouvi-los!
10. Finalizando, por que Resplandor nunca tocou no Brasil e qual mensagem deixaria para os fãs brasileiros de suas canções?
R: Gostaríamos muito de tocar no Brasil, mas até agora nenhum promotor nos convidou :-). Esperamos que no próximo ano tenhamos não apenas turnês na Europa, mas também na América do Sul e que algum promotor se anime em nos levar ao Brasil e dizer a nossos amigos que gostam de nossa música no Brasil, que esperamos que toda essa situação global seja resolvida em breve, tomem muito cuidado e mantenham-se fortes para que, em um futuro próximo, possamos tocar ao vivo aí e desfrutar de uma noite de muita música juntos. E muito obrigado pela entrevista!
::: RESPLANDOR NAS REDES: Bandcamp | Facebook | Instagram | Youtube | Spotify :::
Caminando en las Nubes con Resplandor
Hablando de Shoegaze o Dreampop hechos en América del Sur, siempre se debe mencionar la brillante música de Resplandor, una de las bandas precursoras del género en el hemisferio sur y responsable de algunos de los álbumes que pueden considerarse clásicos.
Formado en Lima, Perú, en 1996, Resplandor tiene en la discografía algunos EPs, participación en varias compilaciones y tres hermosos álbumes de estudio: Elipse (2000), Ambar (2002) y Pleamar (2008), este último producido por el Cocteau Twins Robin Guthrie.
Allá de las fronteras de su país y nuestro continente, la banda se ha presentado en diferentes países de Europa y Estados Unidos. En su país de origen, compartieron el escenario con nombres como The Cure, The Jesus and Mary Chain, Mark Gardener (Ride), The Radio Dept., The House Of Love y Slowdive, “un sueño hecho realidad”, en palabras de Antonio Zelada, refiriéndose al grupo de Rachel Goswell.
Con su nuevo trabajo pospuesto pero a punto de ser lanzado, Antonio nos informa que en la segunda mitad de este año deberían lanzar el primer sencillo del nuevo álbum, que debería lanzarse en 2021. Mientras tanto, la discografía de la banda puede revisarse a través del sello Texan Saint Marie Records, que relanzó los tres álbumes de la banda en CD y Vinyl.
Actualmente con sede en Amsterdam, Resplandor hoy es un trío formado por TaHЯ (teclados), Joeri (bajo) y Antonio (guitarra, voz y secuenciadores), quienes nos cuenta sobre el pasado, presente y futuro de la banda de ensueño.
01. Para nosotros, hay una brecha en la historia de Resplandor, que va desde el lanzamiento de “Pleamar” (2008) hasta el regreso de la banda al escenario unos años después. ¿Podría decirnos qué sucedió durante ese período y llenar ese “vacío”?
R: El año de lanzamiento de Pleamar hicimos un par de shows con Robin Guthrie en Argentina y al año siguiente estuvimos de gira con Asobi Seksu en Estados Unidos. El año 2010 y el año 2011 nos presentamos en SXSW tocando algunas otras fechas en Estados Unidos, en 2012 tocamos en el Festival Culture Collide en Los Angeles y en el año 2013 tocamos con The Cure en Lima, luego de eso dejamos de tocar por cuatro años hasta el año 2017.
02. Nuestra percepción es que fue precisamente cuando regresó la pausa cuando la banda logró una mayor proyección, con conciertos con The Cure (2013) y Slowdive (2017), ¿es correcto? ¿A qué podría atribuirse este “cambio”?
R: Dejamos de tocar en vivo después del concierto con The Cure y el regreso fue en el 2017 tocando con Slowdive, aunque tuvimos una pausa de tocar en vivo, estuvimos activos editando algunas canciones para los compilados del sello Saint Marie Records.
03. ¿Se puede decir que el escenario actual, antes de la pandemia, por supuesto, se volvió más favorable para las bandas de Shoegaze / Dreampop, incluso debido al regreso de nombres como Ride, Slowdive y otros?
R: Creo que desde el año 2007 con el regreso de The Jesus & Marie Chain y el 2008 con el regreso de My Bloody Valentine existe un revival del Shoegaze, tuve la suerte de ver a ambas bandas en los shows de regreso y fue increíble. Al año siguiente tocamos en Lima con The Jesus & Mary Chain acompañados por Robin Guthrie.
04. ¿Qué nos podrías contar sobre la sensación de compartir el escenario con una banda que es una gran influencia para ti? ¿ Cómo percibieron Slowdive como personas?
R: Años atrás había conversado con Christian Savill que con su proyecto Monster Movie también era parte del sello alemán Alison Records donde nosotros editamos Ámbar, fue increíble finalmente conocernos en persona. Compartir escenario con Slowdive fue un sueño hecho realidad, ellos son increíbles personas, tuvimos un tempo para conversar y contar algunas anécdotas. El 18 de Mayo se cumple tres años desde el show con ellos en Lima.
05. Resplandor es una de las bandas precursoras en América del Sur del género Shoegaze, habiendo influido en muchas bandas de todo el mundo, ¿cómo te ves en la escena musical de tu país y cómo la escena musical en tu país ve Resplandor?
R:
Aunque en Perú hemos tocado con The Cure, The Jesus & Mary Chain, Slowdive, The House Of Love y muchos más, y la prensa escrita nos ha dedicado varias notas y hemos tenido algunas apariciones en televisión, siempre hemos sido parte de la escena underground.
A excepción del show con The Cure que fue en el Estadio Nacional los otros shows en Lima han sido en locales para poco más de 1000 personas, Tengo la sensación de que hay una audiencia indie mayor en Brasil, Argentina y Chile. Hace un par de años me mudé a los Países Bajas, reforme la banda y estuvimos de gira el año pasado en Europa
06. En 2017, participó en el homenaje a The Psychedelic Furs, del blog TBTCI, y en una entrevista ese mismo año declaró que planeaba lanzar un nuevo álbum en 2018, ¿qué pasó? ¿Qué tan lejos están las canciones que se lanzarían?
R: Como te comentaba en 2018 me mudé a los Países Bajos y me casé, al año siguiente estuvimos de gira con la banda. Ahora dada la situación mundial, lanzaremos el álbum el próximo año pero en la segunda mitad de este año debemos lanzar el primer single del nuevo álbum.
07. Recientemente, el sello Saint Marie Records relanzó sus álbumes en una versión remasterizada, ya había participado en una compilación del sello con una hermosa versión para “Morningrise” de Slowdive, cómo sucedió este acercamiento con el sello de Texas y qué tan oportunas fueron estos relanzamientos para presentar tu música a las nuevas generaciones?
R: En el 2012, cruzamos un par de correos y estuvieron interesados en la banda, ya nos conocían de tempo atrás y aparecimos en su primer compilatorio Static Waves. Por mucho tiempo nuestro discos estuvieron agotados y esta fue una buena oportunidad para poder reeditarlos. Asimismo fue genial que Saint Marie editara “Pleamar” en vinilo.
08. Muchos consideran, incluido este que te escribe, todos tus álbumes sudamericanos clásicos de Shoegaze. ¿Cómo percibes la difusión y el crecimiento del género en América del Sur? ¿Y qué bandas se destacarían dentro de este panorama?
R: Veo que el género ha crecido en Sud América y hay muchas bandas influenciadas por este. Creo que la difusión se esta haciendo de manera independiente pero las bandas nuevas se están preocupando mucho por la producción de sus álbumes. Hace poco sacaron discos Sexores, NAX, Adelaida, Seatemples y Altocamet va a sacar un nuevo álbum, también me gusta Loomer y Sobrenadar.
09. Vimos que tienen programado un concierto en octubre, en los Países Bajos. ¿Cómo ha sido tu rutina, como banda, en este escenario de pandemia?
R: Teníamos pensado tocar con Blankenberge en Abril y empezar una nueva gira en Europa en Mayo de este año, pero dado el escenario de la pandemia tendremos que postergarla para el próximo año. Por ahora solo tocaremos en los Países Bajos en Octubre con los geniales Pumuky de España y Death By Audio, una excelente banda holandesa, deben escucharlos!
10. Finalmente, ¿por qué Resplandor nunca tocó en Brasil y qué mensaje dejaría a los fanáticos brasileños de sus canciones?
R: Nos encantaría tocar en Brasil, solo que hasta ahora ningún promotor nos ha invitado . Esperamos el próximo año no solo girar en Europa sino también girar en Sud América y que algún promotor se anime a llevarnos a Brasil y decirles a nuestros amigos que gustan de nuestra música en Brasil, que esperamos que toda esta situación global se solucione pronto, cuídense mucho y manténganse fuertes para en un futuro cercano poder tocar en vivo allá y disfrutar juntos de una velada de mucha música. Y muchas gracias a ustedes por la entrevista!
::: RESPLANDOR NAS REDES: Bandcamp | Facebook | Instagram | Youtube | Spotify :::
No Comment