“A força das guitarras é fator marcante em Phenomena”
A estréia do trio paulista Ema Stoned aconteceu com o álbum “Gema” (2013). O grupo é formado pela guitarrista Alessandra Duarte, a baixista Elke Lamers e a baterista Jéssica Fulganio. Por um tempo o trio contou com a colaboração de outra guitarrista, Sabine Holler (por morar distante ela não teve participação tão ativa, apesar de ter ajudado na fundação da banda).
Para o lançamento de “Phenomena”, o Ema Stoned virou um quinteto. Conta agora com dois suportes importantes: Makoto Kawabawa (guitarrista da banda japonesa Acid Mother Temple) e Douglas Leal (vulgo Yantra) que é a mente do grupo paulista Deaf Kids.
Pegando mais dois músicos tarimbados como colaboradores e que já tem essa aproximação com o rock e guitarras, era fato certo que “Phenomena” reforçaria o instrumental que se divide em texturas e camadas atingindo viagens épicas passando pela psicodelia, post-rock, experimentalismo e o noise.
É um álbum totalmente instrumental onde o grupo foca nas guitarras e extrai do instrumento tudo o que é possível e permitido.
“Act I” tem dezessete minutos com guitarras dedilhadas, com direito a uma percussão marcante perto do final da faixa. Passando dos vinte e oito minutos, “Act II” busca explorar bastante as guitarras barulhentas e distorcidas, e se transforma numa viagem sonora que lembra muito o progressivo 70’s. “Act VI” ganha um clima sombrio, a canção é cheia de ecos, as guitarras estão lotadas de efeitos e tudo parece lembrar faixa da trilha sonora de algum filme.
Ao lado de bandas que apresentam o mesmo tipo de sonoridade como E A Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante, Ema Stoned pode ser incluído na nova geração de artistas que são responsáveis para que os brasileiros acreditem mais no cenário musical do país.
:: NOTA: 6,8
NOTA DOS REDATORES:
Eduardo Juliano: –
Isaac Lima: –
Luciano Ferreira: –
MÉDIA: 6,8
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:: FAIXAS:
01. Act I
02. Act II
03. Act III
04. Act IV
05. Act V
06. Act VI
:: Mais Informações: Facebook | Site oficial
:: Ouça ‘Act III’:
Particularmente eu acho que a banda acaba se equivocando na duração das músicas, se perdendo na ideia do conceitual, onde tudo acaba se tornando excessivo (experimentalismo ao extremo) e consequentemente enfadonho. Em um álbum/EP com seis músicas, o qual só as três primeiras músicas duram aproximadamente uma hora… A assimilação que naturalmente ocorreria por uma audição mais apurada, ou seja, ouvir o álbum mais vezes, se transforma numa experiência até dolorosa. Então “Phenomena” (re)cai já numa fórmula desgastada e limitada do post-rock (hoje com raríssimas exceções) e na armadilha do que hoje alguns denominam de novo progressivo.