“Low Roar e sua música com texturas e camadas estruturadas que ruge para vários gêneros.”
Imagine a cena: o famoso designer de jogos Hideo Kojima numa loja de discos em Reikjavik se sente atraído por uma banda chamada Low Roar e seu disco homônimo de 2011. Com o tempo, Kojima passa a curtir não apenas a sonoridade do Low Roar, assim como se torna amigo do projeto. Tanto que o novo álbum, ross., chega no mesmo dia em que o jogo mais recente do designer japonês foi lançado (8 de Novembro), estamos falando do aguardado Death Stranding (2019). Low Roar havia composto duas faixas para o jogo: “I’ll Keep Coming” que foi a canção do trailer e “Easy Way Out”, ambas estão presentes no segundo disco, 0 (2014).
Voltamos ao Low Roar que é tema da resenha, não se pode sair desse foco. Por trás do projeto, está o músico Ryan Karazija que parece ter viajado bastante pelo mundo. Saiu da Califórnia para a cidade de Reikjavik. Tipo daquelas pessoas autodidatas, costuma gravar seus discos usando apenas um laptop na intimidade de sua casa.
Transitando entre gêneros distintos, esse é mais um músico que busca encher suas canções de texturas, camadas, recursos e nuances em panoramas sonoros diferenciados.
Para quem ouviu Bon Iver e Fleet Foxes e se encantou com aquele folk mais encorpado e detalhado em sutilezas, faixas como “Slow Down” e “The Machine” são altamente recomendadas. A primeira traz sopros suntuosos e efeitos que partem para um território mais sombrio, a segunda é ornamentada por um piano inquieto e efeitos que ficam ecoando pela música. “I’ll Make You Feel” pende mais para o post-rock (Mogwai pode ser uma rápida referência, quem sabe), “222” se afunda num minimalismo típico, contudo funcional da música ambient e a influência de Grizzly Bear pode ser conferida no indie-rock eficiente de “H.A.F.H.”.
ross. acaba caindo no conceito de ser quase uma trilha sonora (se pensarmos na influência que Kojima tem no músico) ou daquelas obras tipicamente estilhaçadas dignas de múltiplas audições atentas. Não tem problema. Álbuns com qualidade nunca deixarão de existir, por vezes basta apenas um simples notebook e uma mente investigadora de música.
NOTA: 8,0
NOTA DOS REDATORES:
Eduardo Juliano: –
Isaac Lima: –
Luciano Ferreira: –
MÉDIA: 8,0
::LEIA TAMBÉM:
BON IVER – I, I (Jagjaguwar, 2019)
THE NATIONAL – I AM EASY TO FIND (2019)
::FAIXAS:
01. Darkest Hour
02. Slow Down
03. H.A.T.H
04. I’ll Make You Feel
05. Not Around
06. 222
07. Feel Like Dying
08. The Machine
09. Blue Eyes
10. Empty House
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::Mais Informações: Facebook/Site oficial
::Ouça “Slow Down”: