Asian Dub Foundation segue no ativismo e misturando gêneros em ‘Access Denied’
Para o coletivo Asian Dub Foundation música sempre foi mais do que prazer e manifestação cultural. Obrigatoriamente os ingleses usam a música como um palanque sonoro. Fazem das letras, contundentes folhetins para criticar o que está errado, para ser a voz das minorias e de fazer o ouvinte refletir e reagir (muito mais do que se divertir). A música com consciência.
O grupo fez disso sua meta e foi assim com sua extensa discografia que tem em Rafi’s Revenge (1998) seu álbum mais notório. Claro que ao discursar para várias etnias, culturas e mesmo classes sociais, o ADF precisou ser diversificado, não ter preconceito com gênero algum. A salada de gêneros engloba Punk, Reggae, Dub, Dancehall, Rock, Rap e Eletrônica.
Fundir e experimentar são palavras de ordem no coletivo. Não só a grande variedade de gêneros, instrumentos também se mesclam dando criatividade e texturas a muitas canções.
Importante é mostrar como elementos tradicionais do Rock se comportam bem com eletrônicos criando texturas sonoras carregadas de guitarras pesadas e batidas incisivas (“Stealing The Future” e “Mindlock”). Samplers e colagens são artifícios constantes (“Comin’ Over Here”) e instrumentos tradicionais da cultura asiática entregam faixas interessantes (“Realignment” e “New Alignment”).
A Geopolítica, o mundo globalizado e os eventos que a todo instante nos bombardeiam não ficam de fora na receita sonora do ADF. Sentindo a obrigação e o dever de estar contextualizado, até mesmo para reforçar o próprio discurso sempre antenado do grupo, os ingleses convidaram a ativista ambiental sueca Greta Thunberg para fazer participação especial na faixa “Youthquake Part 1, Greta Speaks”. É a música debatendo com o próprio ativismo, o reforço do que precisa ser alertado.
O coletivo também faz sua parte além da música e tem uma organização independente, a ADF Education com o intuito de ensinar tecnologia e música a jovens carentes. Amadurecendo com estilo, sintonizados com o contexto de nossa época e ainda brincando de colocar gêneros num único caldeirão, o ADF parece ser mais uma banda cujo hiato de quase uma década só fez bem.
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INFORMAÇÕES:
LANÇAMENTO: 18/09/2020
GRAVADORA: X-Ray Production
FAIXAS: 14
TEMPO: 52 minutos
DESTAQUES: “Stealing The Future”, “Comin’ Over Here”, “Swarm”, “Youthquake Part 1, Greta Speaks”
PARA FÃS DE: Fusão de estilos, Dub, Hip Hop, Eletrônica, Dancehall, Canções de Protesto
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