The House of Love (The House of Love, 1988)


“De volta aos anos 90 e às tardes melancólicas na ‘casa do amor'”

Muitos dos vinis que ouvia na dobradinha fim dos 80/início dos 90 tinha estampado o selo Stiletto, que chegava a ser um sinônimo de música de boa qualidade, boa bandas e álbuns que nenhum outro selo tinha peito para despejar no mercado fonográfico brasileiro. Esse álbum do The House of Love entra nessa lista.

Quando comprei esse disco foi porque já tinha escutado o de um amigo e havia gostado muito, principalmente das paredes de guitarras da excelente faixa de abertura “Christine”, talvez a canção mais barulhenta do grupo e que chega a parecer um truque para atrair fãs de bandas mais barulhentas, especialidade do selo Creation Records (Slowdive, JAMC, Ride). Afinal, a música do The House of Love, em geral, tem uma tendência mais pelo acústico, remetendo mais a Lou Reed em carreira solo do que às experimentações com o Velvet Underground, duas das referências do HOL.

O álbum é de uma melancolia tremenda, ou a voz de Guy Chadwick é que traz essa sensação, e ganha proporções maiores em faixas como “Hope” e “Man to Child”, essencialmente acústicas e com a voz de Chadwick pairando de forma serena sobre os dedilhados sutis do guitarrista Terry Bickers, que anos depois deixaria a banda e formaria o Levitation.

Embora não fosse minha banda ou álbum de cabeceira – lá estavam The Smiths, Joy Division e Bauhaus -, o The House of Love também entra fácil na minha trilha sonora de dias melancólicos, até tinha receio de ouvir algumas canções do disco.

Sempre me perguntava porque eles não seguiram no álbum o caminho iniciado com “Christine” (hoje tenho um entendimento melhor do disco e da banda do que naquela época), apesar de essa também carregar uma boa dose de melancolia, que fica em segundo plano frente à massa sonora das guitarras, algo semelhante ao que acontece e “Happy”. Assim como “Salome” é uma canção mais guitarreira e acelerada e soa deslocada.

Dentro dos nomes de bandas mais celebradas, surgidas na Creation records, o The House of Love talvez seja dos menos conhecidos, não alcançaram o status de cult de bandas como My Bloody Valentine, Slowdive e Jesus and Mary Chain, mas para mim seguem do mesmo tamanho, e seus ábuns são tesouros a serem descobertos, tanto esse aqui quanto os que vieram depois. Minha preferidas do disco seguem sendo: “Christine” (um hit instantâneo), “Road”, “Love in a Car” e “Happy”.

E pense num disco difícil de encontrar em CD!

:: FAIXAS:
01. Christine
02. Hope
03. Road
04. Sulphur
05. Man to Child
06. Salome
07. Love in a Car
08. Happy
09. Fisherman’s Tale
10. Touch Me

 

 

:: Assista abaixo ao videoclip de “Christine”:

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