Vamos chamar de “Episódio Piloto” essa primeira postagem da coluna que estamos estreando hoje: 60 MINUTOS. Faz-se necessário então explicar como funciona, inclusive porque você, caro leitor, pode participar. De que forma?
Semanalmente um de nossos resenhistas irá escutar o álbum escolhido, obrigatoriamente desconhecido, durante 60 minutos sem qualquer informação prévia da banda ou disco. Enquanto escuta o álbum, ele vai anotar as impressões, como se fosse um monólogo.
Terminado o álbum, ele pode ir pesquisar informações no Google, reouvir alguma canção ou fazer o que bem entender. A ideia aqui é deixar rolar a espontaneidade. E se o álbum tiver mais de sessenta minutos? Ele terá mais vinte minutos acrescidos ao tempo do álbum.
INÍCIO: 23:50h do dia 03/05/2016 / TÉRMINO: 00:50h do dia 04/05/2019
Pearls On A String – Abertura com uns vocais etéreos e levadinha acústica. O instrumental demonstra que querem fazer um som sofisticado. Lembram Style Council ou Everything But the Girl, levemente, exceto pelos vocais etéreos. Por enquanto não me disse muito. Só instrumental.
You Freed Yourself – Faixa com elementos semelhantes a anterior. Levadinha acústica e percussãozinha. Essa tem vocal! Canta bem a vocalista! É o tipo de música que pra mim serve como pano de fundo enquanto faço alguma outra coisa. Música bem feita, bonitinha, mas segue não agradando. Conheço algumas bandas que fazem algo semelhante, Ilya, por exemplo, e mais interessante.
Spy In The Lounge – Segue mais ou menos a fórmula das outras anteriores. Mudam os elementos do arranjo, aqui entra metais e teclados. Sei lá! Soa uma espécie de Jazz moderno… Alguns elementos de Jazz, com certeza! Essa percussão é que não desce!
Est-Ce Que Tu – Baladinha acústica cantada em francês. Aí bate a dúvida da nacionalidade do projeto, se francês ou inglês. Deve ser francês. Se for, faz sentido, esse tipo de música é tipicamente francês. Essa me lembrou Stereolab bastante. Influência grande de Stereolab aí. Gostei dessa faixa! Talvez por causa da associação.
Roll The Dice – Comparando com o início, de arranjos chatinhos, o álbum deu uma melhorada. Vem a percussão desnecessária e dá aquela broxada. Se dessem uma acelerada no BPM pareceria Talking Heads fase “Remain in Light”, estou doido? Trabalho vocal interessante, a faixa em francês segue como preferida.
St-Tropez – Sei lá! Às vezes que parecem que querem fazer algo na praia de Sade Adu: Pop com Jazz e arranjos requintados. Nessas horas soa como música pra yuppies. Musicalmente bem feito, executado e tal…mas eu não faria uma resenha. Não chega a ser uma tortura a audição, mas não empolga pra uma resenha. Não sei se ouviria no carro também.
Unhand Me You Wretch – Aqui eu paro para olhar quantas música tem o álbum. 14! Por sorte essa é um instrumental curto.
They May Call Me A Dreamer – 00:12h. Lembro que tenho que acordar cedo. Mas tem horário melhor pra ouvir música do que tarde à noite, quando todos já foram dormir? Sim, estou com fones de ouvido (claro!), pelo celular e no Spotify. Isso limita uma melhor visualização da capa do disco, por exemplo. Gostei dessa faixa! Soa menos pretensiosa e mais direta.
Fool For A Country Tune – Música Vaudeville? Aqui paro e tento uma retrospectiva das canções que já passaram e concluo que atiram pra vários lados. Querem fazer um álbum diversificado. Bem produzido sem dúvida é!
Regrets In Bordertown – Levadinha de Bossa Nova. Sensação de ter voltado pro começo. Essa cairia bem em propaganda de motel. Acho que tem gente que curtiria namorar ouvindo essa. Será? Eu não! Instrumental?
Uma olhada com calma no título das canções, eles sugerem essa ideia de música sofisticada pra “gente sofisticada”.
Order Coffee – Aqui uma balada que se fosse só com violão e teclado soaria melhor. Bate a sensação de exagero, de querer super-produzir. O vocal nem parece o mesmo das outras canções.
Conga Style – Olho o nome da faixa e já me desanimo: “Conga Style”?! Preconceito ou por causa de Gretchen? O desânimo se confirma com o retorno daqueles mesmos elementos das faixas iniciais, incluindo a percussão, o baixo estiloso, bem tocado, profundo, mas que não me agrada.
Caught In A Dream – Tem um certo tempo que escutei Ilya. Preciso ouvir novamente pra ver se parece com Dusty Trails, se sim, vou concluir que estava numa fase bem esquisita da minha vida, musicalmente falando.. Na boa, não me sinto velho o suficiente pra escutar esse tipo de música em casa. Onde poderia ouvir? Não é ruim, só não é a minha praia.
Dusty Trails Theme – Clima de trilha sonora de filme noir. Devidamente chamada de “Dusty Trails Theme”. Chegamos ao fim…não diria que foi doloroso…o clima noturno para a audição até ajudou. O álbum acabou às 00:34h, ou seja, 44 minutos. Restam 16 minutos…Googlear? Sigo ouvindo do começo. A finalidade nem eu sei, acho que não vai mudar nada.
A primeira faixa me fez lembrar agora de Zero 7, mas acho Zero 7 mais interessante, dá pra ouvir no carro, pela manhã. Esse Dusty Trails não encontro momento em que poderia ouvir. No “Fim de Noite Eldorado”? Esse é o nome de um programa só com músicas românticas que passa numa rádio aqui da cidade.
Pra mim, definitivamente, é música pra ficar de fundo mesmo.
Pessoal competente…tudo bem feito, bem executado…mas…
Vou Googlear pra confirmar data de lançamento, origem do duo, etc.
Digito Dusty Trails band e aparece a informação de ser um duo composto por Vivian Trimble e Josephine Wiggs…esse nome me é familiar…Smashing Pumpkins? O Google me diz Breeders e Perfect Disaster. Álbum de 200 mesmo, debut. Também sou informado que Vivian fez parte da banda Luscious Jackson e Kostars. Explica o motivo da escolha do álbum por Eduardo Juliano.
Hummm…tem Emmylou Harris na faixa “Order Coffe”…meu ouvido não me enganou. Três faixas foram usadas como trilha sonora pro filme “Happy Accidents”. Álbum único do duo.
Não ouviria de novo. Prefiro Josephine nas bandas anteriores.
Daria um 5,5!
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