The House of Love e seu som atmosférico à base de guitarras



Essa banda de Londres foi formada em 1986 por Guy Chadwick (vocais, guitarra) e Terry Bickers (guitarra). Faziam um som Pop/Psicodélico, com melodias cativantes e clima reflexivo e atmosférico. O vozeirão de Chadwick, as guitarras características de Bickers e as letras românticas logo chamaram a atenção da imprensa britânica, e com o single de estreia, “Shine On”, eles já eram vistos como os novos Smiths.

O primeiro álbum, sem título, é chamado comumente de House of Love (Creation) para distingui-lo de um álbum posterior também sem título e lançado por outra gravadora (Fontana). Esse álbum de estreia cumpre tudo o que prometia: uma belíssima coleção de dez canções com alta carga emocional e potencial radiofônico.

“Christine”, a faixa de abertura, é um assombro: é levada por um riff Pós-Punk típico e tem uma letra brilhante que retrata uma alma atormentada por um amor perdido: “Christine, still walking with me/Still talking at me…”.

“Road” é conduzida por um magnético riff de guitarra de Bickers e fala sobre um garoto puro e solitário, de forma contundente e perturbadora. Faz pensar inclusive se não tem algo de autobiográfico, tamanha a emoção transmitida por Chadwick.

“Man to Child” é uma balada desoladora e uma das visões mais pessimistas já cantadas sobre o envelhecimento, com versos como: “I hope you die before you get too old” e “Saw you walking in the street today/Your lips are cracked, your hair was grey/Things should never ever be this way.”

Outra balada de destaque é “Love in a Car”, com romantismo trágico ao estilo Morrissey e potencial para o primeiro lugar nas paradas de sucesso. Só que a recepção do público em geral foi morna, a despeito de boas críticas da imprensa especializada.

No ano seguinte, assinaram com a Fontana Records, onde lançaram o segundo e terceiro álbuns, também com vendas aquém do esperado. Cabe lembrar que naquele momento o som dançante e pra cima de bandas como Happy Mondays e Stone Roses estava em alta, e o House of Love era justamente o oposto dessa moda.

A ausência do sucesso e o abuso de drogas por parte dos membros levaram a banda ao seu colapso. Bickers chegou a ser diagnosticado como maníaco-depressivo, e Chadwick sofreu com a depressão após o fim da banda em 1993.

+++ ESSE EU TIVE EM VINIL | The House of Love – The House of Love (1988)

O som atmosférico à base de guitarras desenvolvido pelo The House of Love foi uma referência muito importante para as bandas do movimento Shoegazer inglês, como Ride e Slowdive.

No início dos anos 2000, Chadwick e Bickers voltaram a ter contato e trabalharam no relançamento dos discos do grupo, o que levou a uma reavaliação de sua importância na evolução do Rock Alternativo. Em 2013, lançaram um álbum de inéditas que fez vibrar a pequena e apaixonada base de fãs que conquistaram nos breves anos iniciais de carreira.

Confiram também:

The House of Love (Fontana) – 1990
Babe Rainbow – 1992

* Texto publicado anteriormente no livro Rock Alternativo: 50 Álbuns Essenciais, de Daniel Rezende.


The House of Love, capa do álbum pela Creation Records

INFORMAÇÕES:

LANÇAMENTO: 06/1988
GRAVADORA: Creation
FAIXAS: 10
TEMPO: 32:03 minutos
PRODUTOR: The House of Love
CURIOSIDADES: O álbum foi gravado logo após a saída da guitarrista Andrea Heukamp, uma das fundadoras da banda e que participou dos primeiros singles | “Touch Me” foi a primeira canção composta por Chadwick
DESTAQUES:“Christine”, “Road” e “Love in a Car”


O ÁLBUM ‘HOUSE OF LOVE (CREATION)’, COM BÔNUS:

 


O VIDEOCLIPE DE “CHRISTINE”:

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