FENELLA – Fehérlófia (2019)



“Fenella cria um disco interessante acima da média e com inspiração em trilha sonora.”

Jane Louise Weaver é uma cantora, compositora, guitarrista e produtora inglesa. Foi integrante do grupo de britpop Kill Laura (que terminou em 1997) e também do Misty Dixon, banda que executava o gênero folktrônica e que terminou em 2004. A cantora seguiu por uma carreira solo, sobretudo durante a década de 2000 onde ganhou muita atenção de outros músicos e grupos como Doves e Badly Drawn Boy.

Artista que não pensa num único gênero musical e que sempre almeja experimentar novas sonoridades, Jane chama seus dois colegas da banda que a acompanha (Peter Philipson e Raz Ullah) e cria o Fenella. Com a formação desse grupo, a missão não é nada fácil logo para um début: dar vida a um disco que se organize como uma trilha sonora e que é inspirado em Fehérlófia (1981), uma animação fantástica criada pelo diretor húngaro Marcell Jankovics.

O álbum realmente passa uma sensação incrível de trilha sonora com os diversos panoramas sonoros que vai apresentando. Cada canção é como correspondesse a cenas distintas de um filme. Em sua maioria, as faixas são envoltas em climas serenos e com levada bem Ambient (“Three Heads Rising”, “Shard Of Glass” e “The Seed”).

A riqueza do instrumental pode alcançar momentos tanto eletrônicos (“Truly Seduced”) como acústicos (“Echo Chamber Of Your Head”), tudo em harmonia e definindo um trio que tem uma experiência com a música que chega estilhaçada e sem gênero determinado.

Canções ganham um tom épico pelo impacto que oferecem: a parede de sintetizadores que hipnotiza em “Bright Curse”, a guitarra sombria no andamento claustrofóbico de “Battle” e a synthwave oportuna de “Triangular Journey”.

Fácil notar a influência de dois grupos para o álbum. E não é por menos. Vangelis fica bem em evidência com todo seu retrospecto para as trilhas sonoras em momentos como “Pendulum” e “Rotation Wells”. Igualmente, os alemães do Kraftwerk fase 70’s parecem ter uma parte nessa influência na encantadora faixa “Glided Griffin”.

Numa trilha sonora bem distinta onde rock, eletrônico, ambient, drone e psicodelia não possuem territórios específicos e nem limitações, Jane e seu Fenella causam no ouvinte não apenas aquela vontade de conhecer o filme de Jankovics, bem como de dar replay no álbum. Música e cinema casando bem e um trio que sabe juntar essas duas artes numa sensível inspiração.

NOTA: 7,5


NOTA DOS REDATORES:
Eduardo Juliano:
Isaac Lima:
Luciano Ferreira:

MÉDIA: 7,5


::LEIA TAMBÉM:
FLYING LOTUS – FLAMAGRA(2019)
PHILIP SELWAY – LET ME GO OST (2017)


::FAIXAS:
01. Slow Swoop
02. Three Heads Rising
03. Bright Curse
04. Occurring In Waves
05. Triangular Journey
06. The Seed
07. Pendulum
08. Shard Of Glass
09. Truly Seduced
10. Rock Creature
11. The Spectacle
12. Battle
13. Echo Chamber Of Your Head
14. Strenght In Air
15. Rotation Wells
16. Glided Griffin
17. Transfiguration Into One


::Mais Informações: Bandcamp/Jumbo Records


::Ouça “Bright Curse”:

Previous PAPISA - FENDA (2019)
Next THE VEGAN LEATHER – Poor Girls/Broken Boys (2019)