SHOEGAZER WORLD #10 | Brasil entra no mapa do Shoegaze e do Dreampop


Foto da banda Shoegaze brasileira Turmallina

A coluna da semana seria dedicada somente ao “boom” do Shoegaze australiano, que começou no ano passado e parece que vai se consolidar em 2022, quando o capitão Luciano me indica o disco de uma banda nacional chamada Turmallina. Infelizmente não a conhecia; ouvi, achei excepcional e resolvi mudar um pouco o foco do texto para o Brasil, já que ainda em janeiro tivemos o lançamento do excepcional Moon Pics.

Dois grandes discos vindos ao mundo em menos de 30 dias é quase 80% da produção nacional dos citados estilos no ano passado. Então, é um fato notório. Já falamos dos brasilienses do Moon Pics, portanto, abrimos Shoegaze World da semana com nossos compatriotas.

O Turmallina é uma banda de São Paulo, formada em 2018 por Caio Silva (guitarra), Daniel Ishii (guitarra), Eduardo Campos (baixo), Victor Angelo (bateria) e Rose Oliveira (vocais). Acaba de lançar o álbum Aurora, em 20 de janeiro (data Bandcamp), precedido por dois singles (Nádia e Cinzas, ambos de 2021).

Na primeira audição, dois méritos claros: cantar em português e arranjos de guitarra ultra antenados com o que de melhor se faz em termos de Dreampop e Shoegaze lá fora, sem contudo parecer cópia de alguém. Pode-se dizer que se ouviu um ou outro acorde de outro artista, mas nada derivativo. O Turmallina é original, faz o som que gostamos e, melhor de tudo, é brasileiro. Se não bastasse, produzem letras maduras, que dão de 10 em muito medalhão do Indie por aí…

Em 24 de janeiro a Plenamente, uma das grandes bandas atuais de Shoegaze na Argentina, lançou pelo Bandcamp seu último EP, chamado Necesesito Olvidarte, Necesito Dejarte Atrás… / Ya No Quiero Ser. Baseada em Buenos Aires, a banda faz um Shoegaze no estilo americano (lembra trabalhos do Scott Cortez como o Lovesliescrushing, com aquele wall of sound arrastado e de vocais esparsos). Vale muito a audição, e também dos trabalhos anteriores, igualmente ruidosos.

De Iowa vem o Purplish, que fez um dos grandes álbuns de 2021, End of Days (o qual a própria banda define como uma coleção de experimentações), e agora retorna com um EP chamado So Far Down. Lançado no dia 24 de janeiro, na página deles no Bandcamp, o trabalho traz um Shoegaze ruidoso, no estilo dos primeiros álbuns do Swervedriver. A segunda canção do EP de cinco músicas vislumbra o que vem por aí para o Purplish: Bright Future.

A cena Shoegaze australiana é forte e não é de hoje. Blush Response é um dos grandes nomes mundiais do estilo e têm vários seguidores. Recentemente entrou em contato com a coluna o músico Samuel Perry apresentando seu projeto Luce Cargo, que vergonhosamente não conhecia. Shoegaze clássico, wall of sound intenso e vocais femininos dreamy. Sensacional. Samuel nos apresentou o Luce Cargo e agora recomendamos a banda com selo 5 estrelas para os leitores.

O Lavender Blush é uma banda californiana das chamadas prediletas da casa, que faz um Shoegaze clássico, com tons psicodélicos e por vezes dreamy. O EP Sundays foi um dos melhores do ano passado e agora a banda nos presenteia com outra obra-prima que é o disco cheio You Are My Moonlight, lançado no dia 28 de janeiro. Um belo álbum, altamente recomendável para quem é fiel aos ruídos melodiosos típicos do gênero.


 

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