WOODS | Strange to Explain


Woods, foto da banda para resenha de Strange to Explain

“Strange To Explain resume não somente a evoluída discografia do Woods bem como aponta novas direções firmes e amadurecidas”

Woods é uma banda do Brooklyn (NY) centrada principalmente na sonoridade Indie Folk, mas que também, confortavelmente, acrescenta outros gêneros como Psicodelia, Rock e Lo-fi. A banda é bem conhecida pela extensa discografia que lançou, isso com apenas 15 anos de atividade (foram 11 álbuns de estúdio contando com Strange To Explain).

Começando bem de forma solitária e sem estardalhaço, o vocalista e guitarrista Jeremy Earl se junta ao guitarrista e multi-instrumentista Jarvis Tarveniere e então, criando as primeiras composições, inicialmente resolvem chamar a banda de Meneguar. Contudo, Jeremy mudou o nome em seguida para a atual Woods e sentiu a necessidade de reunir outros músicos, os quais foi convidando gradativamente conforme os álbuns eram lançados.

Em 2020, muitos grupos/artistas estão lançando seus álbuns em meio a mudanças, lidando com tragédias ou mesmo com momentos alegres e intensos. Strange To Explain não chega diferente. Em 2019, Earl e Jarvis perderam um grande amigo, David Berman. O falecido músico tinha o projeto Purple Mountains, mas infelizmente lançou apenas um único disco homônimo que teve a colaboração importante dos dois músicos do Woods. Neste meio tempo, outros fatos que mudaram a rotina dos integrantes: Earl tornou-se pai e Tarveniere mudou de cidade, aumentando sua distância entre os colegas de banda.

Strange To Explain traz a discografia do grupo de forma bem abordada e condensada, tudo bem ligado pela maturidade de seus integrantes e da vontade cada vez mais de ampliar a sonoridade, é o que acontece desde logo em “Next To You And The Sea”, faixa de abertura docemente imersa em toques jazzísticos.

Longe de abandonar suas raízes, o grupo continua com um pensamento voltado ao Indie-Folk, tanto que “Before They Pass By” tem clima pastoral e apresenta uma bela melodia conduzida por mellotron e overdubs. Da mesma forma, a bucólica “Be There Still” contagia o ouvinte usando toda uma sonoridade baseada em elementos acústicos e se iniciando com cantos de pássaros.

Contudo, a exemplo de outros grupos que começaram com o Folk e ampliaram gradativamente suas sonoridades (Fleet Foxes e Okkervil River), o Woods de hoje é bem diferente dos primeiros trabalhos, muito da sonoridade do grupo se entrega ao Rock destacando a cozinha marcante e colocando a guitarra em evidência, é o caso de “Can’t Get Out” (com sua influência 70’s) e “Fell So Hard”. “Where Do You Go When You Dream?” é como se o grupo arriscasse algo que buscasse um contorno Dream-pop e quisesse fazer um som acessível e bem grudento, uma canção ideal para apresentar o álbum.

Neste álbum, o grupo abusa da diversidade de instrumentos e da maestria de seus integrantes, duas faixas somente instrumentais comprovam isso: “The Void” segue um ritmo hipnotizante colocando vibrafone, guitarra dedilhada e teclados em sintonia, “Weekend Wind” é conduzida por sopros e traz novamente infusão de Jazz em sua melodia de 7 minutos.

Sem muitas pausas em seus discos, deixando pra trás os percalços que lhes atingem, os integrantes do Woods seguem adiante experimentando, ampliando seus horizontes sonoros e cada vez amadurecidos. 2020 está sendo mais um passo adiante na carreira do grupo.

NOTA: 7.3

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NOTA DOS REDATORES:
Eduardo Juliano:
Isaac Lima:
Luciano Ferreira:
Marcello Almeida:

MÉDIA: 7.3


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:: FAIXAS:

01. Next To You And The Sea
02. Where Do You Go When You Dream?
03. Before They Pass By
04. Can’t Get Out
05. Strange To Explain
06. The Void
07. Just To Fall Asleep
08. Fell So Hard
09. Light Of Day
10. Be There Still
11. Weekend Wind


:: OUÇA O ÁLBUM:


:: Assista ao videoclipe de “Where Do You Go When You Dream?”:

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