FISCHER-Z – Swimming In Thunderstorms (2019)



“Swimming In Thunderstorms fica num equilíbrio entre canções que trazem os bons tempos da banda e outras que não chegam com tanta inspiração.”

Fischer-Z é uma banda inglesa que agora em 2019 completa 40 anos de carreira numa discografia não tão abastada assim apesar do tempo de existência. Não foram tantos discos de estúdio (contando com esse) e eles são bem esparsos entre si. O grupo começou em 1979 e lançou um álbum a cada ano até 1981. O líder, vocalista e guitarrista John Watts dissolveu o Fisher-Z em 1982, porém mesmo em carreira solo continuou usando o nome da banda. Volta a ter uma fase prolífera entre 1987 e 1995 com outros lançamentos que receberam atenção de público e crítica (isso depois de um hiato de 6 anos). O Fisher-Z sempre esteve correndo por fora mesmo que tenha atravessado movimentos significativos como punk e new wave 80’s.

O grupo se destacou bastante pelas letras. John Watts é um poeta bem conhecido em seu país e joga esse talento para as canções quer seja em tom panfletário quer seja em tom sentimental/intimista. Pense como uma espécie de Matt Johnson do The The. Watts não fez tanto sucesso mundialmente, porém é uma figura bem conhecida entre outros artistas e participou de inúmeras turnês com bandas de peso como Dire Straits e The Police.

O título do novo trabalho, segundo o próprio cantor/guitarrista, serve como metáfora para o mundo caótico em seus dias atuais, bem como a própria experiência de vida do músico.

“Big Wide World” é uma abertura de formato pop-rock simples, mas que convence com um instrumental que enfatiza guitarra, baixo e teclados e tem melodia grudenta por conta do refrão ganchudo. “Stamp It Out” é uma canção onde Watts abre espaço para backing vocals e guitarra dedilhada, com direito ao cantor recitando um monólogo nos instantes finais. A banda nasceu na efervescência do punk e isso parece refletir na incisiva “The Islamic American”. Caindo para uma sonoridade 60’s e com alguma influência de Roy Orbison, “Love Train Drama” é a ponte do presente com o passado da música que o grupo tenta buscar.

Mantendo um tom clássico com piano e violino, “No Bohemia” traz um clima melancólico ao disco, bem ao contrário da esfuziante “Films With Happy Endings” feita para ser tocada num dia radiante de verão. A banda também experimenta outras sonoridade tirando um pouco o pé do pop-rock tradicional. “Stolen” tem uma levada reggae e “Prime” traz uma guitarra suingada e a sonoridade parece ter bebido muito da worldbeat.

Swimming In Thunderstorms acaba soando muito extenso e algumas canções não chegam com o brilho devido (a exemplo das que foram citadas aqui no texto). De qualquer forma, temos um grupo que continua em sua trajetória mesmo num caminho cheio de hiatos e de mudanças, a poesia de John Watts continua viva e isso pode auxiliar bastante nos próximos trabalhos.

NOTA: 6,5


NOTA DOS REDATORES:
Eduardo Juliano:
Isaac Lima:
Luciano Ferreira:

MÉDIA: 6,5


::LEIA TAMBÉM:
ECHO AND THE BUNNYMEN – THE JOHN PEEL SESSIONS (2019)
JAMES – LIVING IN EXTRAORDINARY TIMES (2018)


::FAIXAS:
01. Big Wide World
02. Stamp It Out
03. The Islamic American
04. Love Train Drama
05. The Heaven Injection
06. Half Naked Girl In The Windowsill
07. No Bohemia
08. Films With Happy Endings
09. Wary
10. Stolen
11. Prime
12. Right Now
13. Swimming In Thunderstorms
14. Cardboard Street


::Mais Informações: Facebook/Site oficial


::Ouça “Big Wide World”:

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