WHIPPING BOY :: Quando Éramos Jovens


Foto da banda Whipping Boy

“A melhor banda desconhecida da Irlanda e sua gema a ser descoberta”

Formada por Fearghal McKee (voz), Paul Page (guitarra), Myles McDonnell (baixo/vocal), e Colm Hassett (bateria), a banda Whipping Boy surgiu em 1988, em Dublin. Inicialmente se chamava Lolita And The Whipping Boy, logo reduzido após a saída da guitarrista.

O primeiro encontro do grupo aconteceu numa festa de aniversário, tendo no repertório canções do The Clash (Shoud I Stay or Should I Go), The Fall (Mr. Pharmacist) e Velvet Underground (Sister Ray), sendo desplugados sem que terminassem sua apresentação. A primeira apresentação de verdade como banda aconteceu no clube noturno The Source, reduto de góticos e local onde jamais voltariam a tocar novamente.

Ainda em 1988, produzem seu EP em formato cassete “Sweet Mangled Thing”, formado por cinco canções e lançado em 1989. No ano seguinte lançam pela Cheree Records o EP homônimo. Em 91 mais um EP pela Cheree, “Think I Miss You”. Essa associação com a Cheree ajudou o grupo a conseguir alguns shows em Londres, já que acabaram sendo associados à “cena” da gravadora, que contava em seu cast com nomes como Telescopes e The Pooh Sticks. Nas palavras da banda, a experiência com a gravadora foi a mais pura tiveram no “music business”.

Foto do álbum Submarine, da banda Whipping Boy

“Submarine”, o álbum de estreia do grupo, levou apenas onze dias para ficar pronto, e foi lançado em 1992 pela Liquid Records, selo independente de Dublin. Como a Cheree não tinha condições para bancar as gravações, foi o empresário do grupo quem disponibilizou o dinheiro para que o álbum fosse gravado. A associação da banda com a Liquid acabou não sendo satisfatória, já que a mesma não promoveu o álbum. Anos depois, Paul Page afirmaria que se juntar à Liquid foi o maior erro que a banda cometeu em sua carreira. Durante as gravações de “Submarine” a banda passou por brigas, mudanças de integrantes e até chegou a se dissolver.

O álbum ganhou nota oito do semanário inglês NME e teve críticas bem acolhedoras da imprensa inglesa como um todo, apesar das comparações com Sonic Youth e My Bloody Valentine, referências diretas perceptíveis na sonoridade cheia de distorção.

Após o debute, a banda passa a ensaiar e compor as canções que fariam parte de seu próximo álbum, “Heartworm”, que seria lançado pela Columbia Records. Segundo Paul, além da Columbia (subsidiária da Sony), a EMI também chegou a fazer proposta para a banda: “Subitamente, após sermos ignorados por anos, havia duas grandes gravadoras desesperadamente interessadas em assinar com a banda”.

“Heartworm” é um álbum obscuro, perdido, na história da música britânica dos anos 90, mas pode ser considerado um dos melhores produzidos naquela década e ainda há de obter seu reconhecimento.

“Heartworm” foi lançado em outubro de 1995. O álbum mostra uma banda bem mais madura, com canções mais trabalhadas e melódicas. As letras com teor mais poderoso e o vocalista Fearghal McKee cantando de forma grave e melhor, declamando ao melhor estilo Nick Cave ou Ian McCulloch (a banda é fã confessa do Echo and the Bunnymen). Saem as distorções, entram os arranjos de cordas sob a batuta do produtor Wayne Livesely, que apesar de ter agradado a banda na produção, teve seus momentos de tensão com os integrantes.

Foto do álbum Heartworm, da banda Whipping Boy

Gravado em onze semanas no Windmill Lane Studio, em Dublin, “Heartworm” recebeu críticas totalmente favoráveis ao som do grupo, mais até que “Submarine”, já que apresentavam um som com mais “personalidade”. “We Don’t Need Nobody Else” logo se torna um dos hits do álbum e também single, junto com “When We Were Young” e “Twinkle”.

Apesar da boa divulgação por parte da gravadora (com quem a banda diz ter conseguido um bom relacionamento) e das respostas positivas ao álbum, as vendas foram aquém do esperado pela Columbia, cerca de oitenta mil cópias em todo mundo, que acaba dispensando-os em 96. Refletindo sobre as decisões da banda na época, o baixista Myles McDonnell, confessou que um dos maiores arrependimentos foi não terem tocado nos Estados Unidos.

Em 1998, com um outro álbum por terminar, a banda chega ao fim. Só em 2000 é que o terceiro e homônimo álbum do Whipping Boy viria a sair pelo selo próprio Low Rent, e graças a ajuda financeira de um amigo.

A banda fez um retorno em 2005, e em 2011 chegou a lançar o single “No One Takes Prisoners Anymore”, chegando a anunciar o lançamento de um novo álbum, o que não conteceu e que parece ter se tornado impossível de vir a acontecer, vide declarações dadas pelos membros em 2015.

::ÁLBUNS:
– Submarine (1992)
– Heartworm (1995)
– Wipping Boy (2000)

:: Ouça o álbum “Heartworm” na íntegra:

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