YOUNG DREAMS – Waves 2 You (2018)


“Álbum acima da média, só faltou esmero, mas pode reluzir num dia de verão em festa com os amigos”

Por trás do projeto musical, ainda um tanto quanto desconhecido, como o Young Dreams, há uma história e tanto. Matias Ernesto Leiva Tellez é o norueguês mentor por trás desse projeto. Espera, mas com esse nome? Sim, nosso cantor, compositor e produtor é filho de pais chilenos que partiram para a Noruega como refugiados políticos. Garantia de uma vida melhor, de mais segurança, Matias teve uma educação musical bem precoce: aos seis aprendia violino, e aos sete, piano. Porém foi com doze anos que passou a ter seu instrumento preferido, guitarra. O pequeno Matias, não bastasse essa facilidade para com os instrumentos, tinha por preferência ouvir bossa-nova e artistas brasileiros como Mutantes e Jorge Ben. Para complementar essas informações, é válido dizer que o músico é bem procurado pelos remixes que faz e já trabalhou com outros artistas de nome como Kakkmaddafakka e Sondre Lerche.

É um músico que nem chegou aos seus trinta (é de 1989). Começou a compor seus primeiros discos ainda no início dos anos 2000 usando apenas o nome de Matias Telles. Foi no final de 2010 que o nome Young Dreams passou a incorporar as ideias musicais do artista. Juntou mais alguns músicos, inclusive seu irmão Pablo Telles, e seguiu adiante. O primeiro disco trazendo esse nome chegou em 2013 com o título ‘Between Places’.

A sonoridade do Young Dreams é baseada na dance music contemporânea trazendo também muita coisa do dream-pop atmosférico.

Espere encontrar algum flerte com os 60’s, tanto que em faixas como ‘Somebody Else’ e ‘Wildwind’ parece que estamos escutando um The Beatles ou The Kinks encharcados de um clima mais dançante. O grupo faz bastante uso dos recursos tecnológicos, ‘Demolition’ e ‘Gun Of Light’ abusam de sintetizadores, efeitos e vocoder. Mesmo com doze faixas e numa mistura de gêneros, o disco parece brilhar melhor em momentos onde o dream-pop almeja fincar mais o pé (‘Boys’ e ‘Sea One’).

Algumas composições poderiam ter recebido um esmero maior para que o disco funcionasse num conjunto único e convincente. Infelizmente há canções que fogem da beleza sonora que o álbum buscava ter (e que ‘Cells’ despertou no ouvinte). Partindo da genialidade e da grande história musical do mentor Matias Telles, vale contar com mais produções no futuro, com aquele grande álbum que uma banda pode lançar e que a todo ouvinte aguarda. Um cara que curte música desde criança e com um potencial para a arte sempre tem alguma carta na manga.

:: NOTA: 6.5

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:: FAIXAS:
01 – Cells
02 – Wildwind
03 – My Brain on Love
04 – Somebody Else
05 – Demolition
06 – Sea One
07 – Gun of Light
08 – Sea Two
09 – Le Futur Qui Passe
10 – Astral Plane
11 – Boys
12 – Take My Lungs

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::Mais Informações:
Allmusic Soundcloud Twitter Wikipedia

:: Assista abaixo ao vídeo de ‘Cells’:

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