WOLF ALICE – Visions of a Life (2017)


“Visions of Life traz a sensação de que cada música é uma entidade única”

Em 2015 os londrinos da Wolf Alice lançaram um debute muito elogiado pela crítica especializada, “My Love is Cool”, um disco interessante, que dialogava com estilos como punk pop, shoegaze e até mesmo grunge, mas com um frescor sempre necessário à música. Garotos ainda adolescentes na faixa dos 22, 23 anos soltaram um disco que se não era a salvação do rock, trazia um alento para um estilo que vive em constante evolução.

A prova do segundo disco vem na forma de “Visions of a Life”, uma continuação das ideias do trabalho anterior com novos elementos. Há que notar que os vocais de Ellie Rowsell, guitarrista e principal cantora do grupo, tem como fonte de inspiração, cantoras da década de 90: Elizabeth Fraser (Cocteau Twins) e Harriet Wheeler (The Sundays).

O Wolf Alice transita aqui tanto pela sonoridade dessas bandas citadas, como adicionam um certo barulho nas guitarras (“Formidable Cool”, “Space & Time” e “Sad Boy”), ao tempo que buscam uma personalidade própria, tentando apresentar uma sonoridade distinta.

“Visions of a Life” consegue refinar a exuberante confusão do dream-Pop e do grunge que caracterizaram a sua estreia em “My Love is Cool”, ao mesmo tempo em que expandem sua sonoridade em novas áreas de exploração, abraçando desde o synthpop (Don’t Delete the Kisses) ao punk-rock gritado (Yuk Foo). Em cima de todas essas influencias, quem dá as cartas sobretudo é a guitarrista e vocalista Ellie Rowsell, uma presença extremamente carismática no estilo de heroínas de alt-rock que surgiram nos anos 90, mostrando que além de boa vocalista também se mostra uma boa compositora, bem demonstrado em “Don’t Delete The Kisses”.

E justamente por escolher esse lado mais barulhento que faz “Visions of Life” (com uma capa bem interessante) quase entrega um álbum muito acima da média. Há uma euforia descompassada entre música e letra que destoa o disco, como na citada “Yuk Foo”, lembrando bandas barulhentas dos anos de 90. Soa bem diferente da atmosfera calma/climática presente em “My Life is Cool”. A sensação é de que cada música é uma entidade única, como se atirassem em diversas direções, o problema é que quando se faz isso você pode acertar algumas e errar outras, mas o resultado final é interessante.

:: NOTA: 7,5

:: FAIXAS:
1. Heavenward
2. Yuk Foo
3. Beautifully Unconventional
4. Don’t Delete the Kisses
5. Planet Hunter
6. Sky Musings
7. Formidable Cool
8. Space & Time
9. Sadboy
10. St. Purple & Green
11. After the Zero Hour

 

:: Assista abaixo ao videoclip de “Don’t Delete the Kisses”:

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