“Gathering Swans é uma viagem nostálgica pela música dos anos oitenta”
A banda Choir Boy, de Salt Lake City, liderada pelo músico Adam Klopp, apresenta seu segundo disco de estúdio, Gathering Swans, sucessor do ótimo Passive With Desir (2016). O grupo nasceu de um projeto do músico Adam Klopp com Michael Paulson (guitarra), Jeff Kleinman (teclados e saxofones) e Chaz Costello (baixo), e se consolidou como uma banda que vem ganhando notoriedade pela autenticidade em suas canções.
Gathering Swans mostra influências notáveis do Pop dos anos oitenta, com pegadas do Pós-Punk, que flertam com os ritmos dançantes da New Wave, explora atmosferas de forma suave e nostálgica. Composições que deixam sabor de saudade daquelas canções românticas do Roxy Music, em muitos momentos lembra Bryan Ferry. Um potente conjunto de belas canções que apresentam semelhanças também com: Kate Bush, Scott Walker e Roy Orbison.
Arranjos sutis, harmoniosos, dançantes e melancólicos estão presentes em todas as faixas do álbum. Guitarra, baixo, bateria e saxofone em plena sintonia dão asas para voz de Adam Klopp voar e soar de forma brilhante e indescritível, que acaba se resumindo em algo lindo de se ouvir. É um álbum bem produzido e arranjado. De acordo com Klopp, nasceu do conceito de superar o cinismo e o niilismo na vida cotidiana. E eles literalmente conseguem entregar canções envolventes e repletas de surpresas.
As letras surgem de forma poética e lírica. A abertura é com a bela e nostálgica “It’s Over”, marcada por sintetizadores e uma bateria eletrônica hipnotizante. Uma canção que lembra muito Simple Minds, principalmente pela voz de Klopp que soa sombria e angelical. A letra é intencionalmente vaga, não deixa claro se é sobre o fim de um relacionamento. Essa é a essência por trás das músicas, questões existenciais sendo colocadas de forma sarcásticas e variadas.
Um álbum belíssimo e melancólico que faz parar e refletir sobre o mundo moderno e ao mesmo tempo sentir aquela imensa vontade de sair dançando ou pulando por aí.
Deixe- se levar pelos “badadada” em “Toxic Eye”, canção de arranjos elegantes e conduzida por uma bateria eletrônica, acompanhada por um lindo saxofone, de Jeff Kleinman, que dá ênfase aos vocais harmoniosos de Klopp.
Difícil mesmo, é ficar parado com “Complainer” uma das canções mais bonitas do álbum. Música marcada por ótimos sintetizadores, com uma linha de baixo Pós-Punk que se torna digna de dançar. Com um certo cinismo, Adam canta sobre as situações adversas que enfrentadas nas mais distintas fases da vida. Situações que sempre lembramos quando estamos em uma vibe positiva: “Mas não é tão ruim/ eu nunca tive pior/ sou apenas um reclamante”.
Se Gathering Swans é o segundo álbum difícil depois do aplaudido Passive With Desire, o Choir Boy o torna bem mais fácil. Fica evidente o crescimento musical, o entrosamento da banda, o que faz com que o disco apresente uma personalidade única e brilhante.
“Sweet Candy”, com a guitarra radiante de Michael Paulson, é conduzida de forma exultante. Premissa que segue pela cativante “Shatter”. São canções embaladas por guitarras dançantes e sintetizadores. “Eat The Frog” é uma canção pop que atinge seu estrelato e brilha em perfeita harmonia.
As canções em Gathering Swans possuem uma sequência extravagante e poderosa, um conjunto de belas músicas que carregam entre si uma mistura fascinante de nostalgia refletindo as canções românticas dos anos oitenta. O álbum soa retrô com uma roupagem moderna e única. A certeza é de que você vai chegar ao final desse disco e apertar o play novamente.
NOTA: 7.8
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NOTA DOS REDATORES:
Eduardo Salvalaio:
Eduardo Juliano: –
Isaac Lima: –
Luciano Ferreira: 7.2
MÉDIA: 7.5
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:: FAIXAS:
01. It’s Over
02. Toxic Eye
03. Complainer
04. Nites Like This
05. St. Angela Merici
06. Sweet Candy
07. Shatter
08. Eat The Frog
09. Happy To Be Bad
10. Gathering Swans
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