SHOEGAZER WORLD #14 | Blushing, Glare, Kraus & Jōetsu Shore


shoegazer world #14

Provável melhor disco Shoegaze do ano vem do Texas

Gostaríamos aqui de estar escrevendo sobre a cena ucraniana, que é cheia de boas bandas, ou sobre alguma coletânea beneficente com bandas dos estilos Shoegaze, Dreampop e afins, mas ainda não é o caso – escrevo isso porque Tom Lugo, um dos grandes batalhadores da cena, já fez várias coletâneas no passado, como o Rock Back For Ecuador e Rock Back For Nepal, este em três volumes, e em ambos os casos os recursos foram para vítimas dos terremotos nos dois países. Estou torcendo para que consiga fazer o mesmo agora, mas não tenho notícias.

Enquanto aguardamos, vamos para o Texas e sua espetacular cena Shoegaze, que nos brindou em fevereiro com o melhor disco do gênero em 2022 até agora, Possessions (2022), do Blushing. A banda texana é formada por dois casais: Christina Carmona (vocais e baixo) e Noe Carmona (guitarra), e Michelle Soto (guitarra e vocais) e Jacob Soto (bateria). No início de carreira, o Blushing se assemelhava a um Cocteau Twins mais ruidoso, mas a banda amadureceu o seu som e hoje pode-se dizer que é uma das expoentes do Shoegaze norte-americano. As informações sobre o making off de Possessions são de cair o queixo. O disco foi produzido por Elliott Frazier, do Ringo Deathstarr, e a música “The Fires” foi mixada por Mark Gardener, do Ride. A canção “Blame” tem a participação especialíssima de Miky Berenyi, do Lush. Precisa mais?

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Se o Blushing vem da esfuziante Austin, o Glare é originária da pequena Rio Grande Valley, ambas cidades texanas. A banda lançou em 10 de dezembro o EP Heavenly (2021), que é Shoegaze clássico em sua essência e deixou os fãs do gênero ouriçados. É muito provável que façam outro EP de cinco músicas como o anterior ou mesmo um disco cheio em 2022, já que as críticas a respeito da banda são todas positivas até agora. Vamos aguardar.


Shoegaze clássico com toques de experimentalismo faz o Kraus, banda baseada em Dallas, no Texas. Não é uma banda de produção regularíssima. Geralmente há um espaço de dois ou três anos entre seus trabalhos. Assim, não devemos esperar uma nova obra-prima como View No Country, lançado em outubro, ainda para 2022. Talvez um EP. Mas a verdade é que o disco atual passou em branco para muitos ouvidos desatentos, por isso, é melhor que estes voltem agora a sua atenção para o Kraus, porque vale muito a pena a audição.


Vamos sair da cena texana e falar muito de passagem sobre o excelente Jōetsu Shore, banda que originalmente se apresentava como baseada no Japão e agora parece que se mudou para a França. Sem maiores apresentações sobre esse novo bardo do Shoegaze clássico, só vamos informar que todo primeiro dia do mês em 2022 a banda está lançando trabalho novo. Já foram três. Então podemos esperar começar todos os meses de 2022 com muito feedback, wall of sound e vocais melancólicos, vindos diretamente de sua página no Bandcamp.

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