THE SMASHING PUMPKINS – Shiny And Oh So Bright, Vol. 1 / LP: No Past. No Future. No Sun. (2018)


Foto: Olivia Bee

“Quando soar despretensioso parece ser a maior pretensão da banda de Chicago”

Pensar em um álbum do Smashing Pumpkins com três quartos de sua formação original é pensar em seus melhores momentos em clássicos como “Siamese Dream” ou “Mellon Collie”. Talvez esse tenha sido um dos anseios de muitos fãs da banda. O que leva a essa expectativa? As presenças de James Iha e Jimmy Chamberlin? Não esqueçam Billy Corgan é o Smashing Pumpkins, hoje mais do que nunca, e ” Shiny And Oh So Bright” é o reflexo disso.

Com um álbum curto, em tamanho e quantidade de faixas, “os abóboras” traçam três linhas distintas sem conseguir empolgar em nenhuma das três. A primeira tem certa veia saudosista e de forma moderada remete aos tempos áureos da banda; a segunda conduz aos trabalhos anteriores da banda sem Iha e Chamberlin; por fim, uma terceira que busca um outro caminho e acaba soando deslocada.

Todas as as linhas são facilmente identificáveis, seja em faixas como “Silvery Sometimes (Ghosts), que se conecta de pronto com a inesquecível “1979” e “Marchin’ On”; seja em “Solara”, a mais pesada do disco, cuja assinatura poderia confundir com uma faixa de “Zeitgeist” ou “Oceania”, mas também do próprio “Mellon Collie” em seu lado mais esporrento.

A terceira linha é a que aparece em primeiro lugar no álbum, invertida aqui de forma proposital. Para quem não tinha escutado ainda os singles que a banda soltou e preferiu o aguardar o álbum, pode ser assustador bater de cara com o clima de “Knights of Malta” e seu aparato de cordas e backing vocals gospel, que lembra. É a faixa mais diferente do álbum, remete a “This is a Lie”, do The Cure. Soma-se a ela “Alienation”, recheada de teclado épicos e um groove incomum, nessa via não usual.

O álbum apresenta outra faceta “inesperada”, o predomínio de canções com tendência mais melódica do que barulhenta ou pesada, vide “Travels” e “With Sympathy”, que por falta de um apuro maior no arranjo soam como “no meio do caminho”. Essa faceta (melódica) bem pode ser creditada a presença Iha, que acaba sendo o grande diferencial dos Pumpkins de agora com o de outros álbuns atrás.

Diante de todo rebuliço causado pelo retorno da banda com sua formação clássica quase completa, “Shiny And Oh So Bright, Vol. 1 / LP: No Past. No Future. No Sun.” pode ser frustrante, por não acrescentar nada de novo aos trabalhos da banda, seja tomando como base sua fase áurea ou os últimos álbuns. Se, por outro lado, analisado num contexto mais amplo (do que pode vir em álbuns vindouro) ou restrito (deixando as comparações de lado), é um álbum mediano em canções, arranjos e produção, como se a maior pretensão fosse soar despretensioso.

NOTA: 6,5

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:: FAIXAS:

01. Knights of Malta
02. Silvery Sometimes (Ghosts)
03. Travels
04. Solara
05. Alienation
06. Marchin’ On
07. With Sympathy
08. Seek and You Shall Destroy

 

 

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:: Assista abaixo ao vídeo de “Silvery Sometimes (Ghosts)”:

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