‘Aftershock’ é daqueles filmes para correr… para longe



Eli Roth é um diretor, produtor, escritor e ator. Versatilidade não lhe falta. Quentin Tarantino disse em certa ocasião que Roth é uma dos nomes mais promissores para o cinema de terror. Apesar disso, Eli ainda fica devendo como cineasta e, infelizmente, acabou se sobressaindo em algumas produções aonde atuou como ator (como ‘Bastardos Inglórios’ de 2009). Como produtor de séries, ele também não mostrou competência uma vez que ‘Hemlock Grove’ é fraca e não está nem entre as 10 melhores séries de terror da atualidade. Roth co-escreveu o roteiro desse Aftershock.

A produção é de Nicolas López. Imaginam a sinopse?

Um grupo de turistas ricos resolve passar as férias no Chile, entre farras, mulheres e mensagens irônicas mostrando a genitália de um deles. Não, aqui não teremos a mesma tragédia do que foi visto no sofrível ‘Turistas’ (2006). Os turistas são bem tratados no Chile. A busca por seus órgãos não é o motivo da carnificina aqui. Vão para boates, se divertem e não estão nem aí para possíveis consequências. Porém o passeio deles acontece em meio a um alerta de tsunami. E é numa dessas festinhas entre os amigos que o pesadelo começará a dar início.

Logo na boate, o terror-catástrofe (entendi como a fusão desses dois gêneros) começa a se revelar. Corpos dilacerados ou esmagados pelo chão devido a um tremor, e para piorar, um dos personagens perde sua mão e sai desesperado em busca dela. Seria cômico se não fosse trágico (ou vice-versa?). Então percebemos que esse filme não pode ser levado a sério. O grupo sai às ruas em busca de ajuda, porém no meio de feridos e do tumulto em geral as alternativas são praticamente extintas. O terror ganha mais contornos quando um grupo de presos foge da cadeia. Nosso grupo vai sofrer muito e nunca mais pedir por férias.

O filme se perde. O roteiro é estragado. Mortes estúpidas/burlescas. Desespero. O tsunami aqui nem é o problema maior (ou ainda podemos esperar algo?).

Sequer o telespectador sente carisma pelos personagens por conta da idiotice de alguns. Sabemos que não existem saídas, e a gente torce para que o inimigo sofra, apesar de que até os turistas mereciam uma pena maior. Não tem aquele filme que você pede para ninguém sobreviver no final? E pede para que não haja uma continuação? Eis. O que salva um pouco o filme? A beleza exótica da húngara Andrea Osvárt.

Observação: reforçando que essa sessão tem como objetivo alertar o telespectador de algum filme que o redator tenha visto e considerado de baixa qualidade. Então, fica ao leitor a opção de ver por sua conta e risco.


 

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