De surpresa, Pedro and the Lion apresenta o álbum ‘Havasu’; Ouça


David Bazan, da banda Pedro and the Lion
Foto | Ryan Russell

Em Havasu (Polyvinyl Records), novo álbum de Pedro and the Lion, projeto capitaneado pelo baixista/vocalista David Bazan, é possível encontrar semelhanças com “American Head”, último álbum dos Flaming Lips. Wayne Coyne escreveu canções repletas de lembranças de sua juventude, rememorando momentos com sua família e amigos. É um conjunto de canções dolorosamente deliciosas ou deliciosamente dolorosas.

O mesmo pode ser dito do novo álbum do Pedro and the Lion, lançado de surpresa, “uma ideia da gravadora”, afirmou o músico. Havasu bate forte já na abertura com “Don’t Wanna Move”, faixa bastante percussiva e com inserções esparsas de guitarras cortantes e baixo denso. É dela que vem o título do álbum: “Que diferença faria / Se eu pudesse ser verdadeiro com você? / Eu desesperadamente não quero me mudar para Lake Havasu; e a relutância do Bazan jovem pela mudança forçada.

O novo trabalho, na verdade, dá prosseguimento aos temas tratados em Phoenix (2019). Ali Bazan narrou sua infância na cidade de mesmo nome. O álbum marcou a volta do músico com a banda reformada e o lançamento de um novo trabalho após 15 anos desde Achilles Heel  (2004).

Havasu acompanha a mudança de Phoenix para a região conhecida como Lake Havasu, na fronteira com a Califórnia, e é uma continuação dos temas do disco anterior. Tem nos vocais profundos de Bazan e nas letras em tom pessoal e direto sua grande força atrativa. Os arranjos são relativamente simples e diretos, mostrando que tudo foi composto ao violão e acrescido de novos elementos para dar dinâmicas aos arranjos criados pelo músico.

+++ Leia a crítica de ‘American Head’, do The Flaming Lips

São dez faixas de tom compassado e melancólico onde em tom lirico Bazan canta os momentos de dificuldade comuns em todo processo de adaptação a um novo lugar, novas pessoas; mas também canta as descobertas e os momentos marcantes e decisivos até para a sua carreira musical, como na faixa “First Drum Set”.

Como o próprio músico afirmou, revisitar esse “lugares”, ainda que traumáticos, acaba sendo um processo de terapia. Difícil não identificar-se e, de repente, sentir-se invadido pelas próprias memórias.


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