MIMICKING BIRDS – Layers of Us (2018)


“Mimicking Birds leva o folk para caminhos mais viajados em seu surpreendente novo álbum”

Nate Lacey tem uma meta, diminuir o espaço de tempo entre um álbum e outro de sua banda: “Minha vontade é trabalhar um pouco mais rápido, e eu acho que depois desse álbum temos a esperança de lançar um outro daqui a um ano”. Para uma banda que lançou apenas três álbuns num espaço de oito anos, a meta parece tão animadora quanto duvidosa.

Daquela banda de canções folk, levadas de forma quase totalmente acústicas por violão e voz, que lançou em 2008 seu álbum homônimo, até esse “Layers of Us” (Glacial Pace Records), percebe-se como a banda de Portland fez seu caminho de transição, com “Eons” (2008) situando-se entre os dois extremos., quase um laboratório de experimentos que seria aperfeiçoado.

Em seu terceiro álbum a banda apresenta arranjos mais elaborados e com o uso de uma gama maior de elementos, elevando sua música a um novo patamar. Não é exagero afirmar que “Layers of Us” é o álbum musicalmente mais rico do Mimicking Birds.

As melodias e ambientações aqui falam alto como nunca antes. Esse enfoque mais “sofisticado” mostra-se evidente já na faixa de abertura, “Dust Layers”, cheia de barulhinhos eletrônicos. E logo em seguida revela uma das melhores faixas do disco e talvez da banda, a empolgante “Another Time”, com belos dedilhados melódicos, seguida dá não menos envolvente “Sunlight Daze”.

“Layers of Us” mantém algo do folk de outrora, mas coberto por tantas camadas de outros elementos, geralmente eletrônicos, que acaba diluindo, surgindo mais marcante quando a optam por um arranjo mais “cru” e direto, vide a faixa “A Part”, uma espécie de estranho no ninho que não compromete de forma alguma o conjunto. “Layer of Us” segue quase sempre por um lado espacial, viajado, sonhador, o que bem poderia se chamar de space-folk.

Não é novo esse enfoque, mas o Mimicking Birds mostra fôlego e inventividade, ao ponto de trazerem em suas dez faixas um frescor revigorante para um gênero que às vezes soa tão saturado.

É o melhor álbum lançado pelo grupo, foram quatro anos para esculpi-lo, bom que não foram em vão, há aqui algumas belas canções recheadas de sentimentos, e não apenas com um “corpo”, mas também com alma.

Para fâs de: Midlake, The Amazing, Shearwater, Halls

:: NOTA: 8,5

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:: FAIXAS:
01. Dust Layers
02. Another Time
03. Sunlight Daze
04. Island Shore
05. Great Wave
06. A Part
07. Belongings
08. Lumens
09. Time To Waste
10. One Eyed Jack

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:: Assista abaixo ao videoclipe de “Sunlight Daze”:

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