CRÍTICA | Angel Olsen – Whole New Mess



‘Whole New Mess’, de Angel Olsen, traz versões acústicas de ‘All Mirrors’ e merece atenção

A americana Angel Olsen chega com seu quinto álbum de estúdio. Porém, existe uma particularidade neste novo trabalho, lançado dia 28 de agosto, as canções são versões acústicas do seu aclamado álbum de 2019, All Mirrors. O ouvinte percebe logo essa ligação entre os dois trabalhos, apesar das sutis mudanças nos títulos das faixas. Exemplos são “Tonight”, que virou “Tonight (Without You)”, e “Impasse”, que neste trabalho chega como “Impasse (Workin’ For The Name)”. Apenas duas faixas não estavam presentes no disco anterior: “Whole New Mess” e “Waving Smiling”.

Ao criar um álbum assim, podemos pensar logo no início da carreira da cantora onde o Indie-Folk ditava a sua sonoridade, sobretudo no disco de estreia, Half Way Home (2014). Nem tanto um retorno às suas raízes, e sim, um momento mais introvertido onde Olsen relembra as gravações que anteciparam All Mirrors. Na verdade, as faixas no novo álbum foram gravadas de forma mais crua, sem mixagens e possuindo um formato mais adequado a demos, numa época que a cantora foi para um estúdio isolado nos EUA apenas acompanhada de sua guitarra e um órgão.

Buscando um momento mais introspectivo e intimista, o forte de Whole New Mess são as letras. O instrumental pode parecer tímido, mas Olsen capricha nas letras mostrando muito o lado humano, nossas vulnerabilidades, medos e anseios.

Discursando sobre relacionamentos amorosos ou mesmo sobre o vício das drogas, o desejo da cantora de criar uma verve mais reflexiva e poética dentro de um panorama acústico funciona bem. Embora as composições tenham mais de um ano de criação e foram lançadas só agora, a atemporalidade está intacta sobretudo pelos tempos sombrios que vivemos. Importante também lembrar que muitos artistas sentiram essa necessidade de criar algo mais acústico e pessoal em 2020.

Com a parte instrumental menos enriquecida e pouco sustentada por recursos mais avançados de estúdios em relação ao que escutamos no álbum de 2019, cabe a Angel abusar de seus dotes vocais. A voz da artista trafega bem próxima da calmaria e da candura na letárgica “(Summer Song)”, entretanto o poder vocal pode chegar de forma estridente e pulsante na faixa “Lark” ou carregado de efeitos em “(New Love) Cassette”.

DESTAQUES: “(New Love) Cassette”, “(We Are All Mirrors)”, “(Summer Song)”

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O ÁLBUM:


O VIDEOCLIPE DE “WHOLE NEW MESS”:

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