Bamonte deveria participar da turnê do The Cure pelo Reino Unido e Europa em 2026
Do lado direito de Robert Smith, ao lado esquerdo do palco na visão da plateia. Por muitos anos, foi assim que nos acostumamos com a presença sempre discreta de Perry Bamonte nos shows do The Cure. Aparentemente tímido, cabelo desgrenhado; aquela figura esguia e de movimentos delicados casava perfeitamente com as canções introspectivas do The Cure.
Perry Arcângelo Bamonte nasceu em 03 de setembro de 1960, em Londres (Inglaterra). Parte da equipe técnica do The Cure desde 1984, Perry (ou Teddy, como era carinhosamente chamado por Smith) seria efetivado como membro da banda no início dos anos 90 – após as saídas de Lol Tolhurst e Roger O’Donnel.
Mais que funcionar como um “coringa” nos shows, revezando-se nos teclados, baixo de seis cordas e guitarra (seu instrumento “principal”), Bamonte se tornou figura importante na carreira do The Cure não apenas nos shows, mas também ao imprimir seu estilo na discografia do grupo através de álbuns como Wish (1992), Wild Mood Swings (1996), Bloodflowers (2000) e The Cure (2004). Em 2005, Perry foi afastado do The Cure sem explicações, após uma reformulação interna: ” tentei pensar em todos os motivos possíveis, mas fazer isso sem nenhuma pista só leva à fantasia e à paranoia, então, até que eu ouça uma razão honesta, não vou pensar nisso”.
Bamonte se afastou de projetos musicais por alguns anos, até retornar como baixista do grupo Love Amongst Ruin, que tinha entre seus integrantes o ex-baterista do Placebo Steve Hewitt. Com o Love Amongst Ruin, participou de Lose Your Way, segundo trabalho, lançado em 2015.
Em 2019, ele foi incluído no Hall da Fama do Rock and Roll junto com o The Cure. Ele voltaria ao Cure em 2022 para participar da turnê Shows of a Lost World, mas não participou do mais recente álbum do grupo, que já estava gravado quando do seu retorno.
Em seu site oficial o The Cure deixou uma nota de pesar pela perda do músico e amigo: “É com imensa tristeza que confirmamos o falecimento de nosso grande amigo e companheiro de banda, Perry Bamonte, que faleceu após uma breve doença em casa durante o Natal”. Ao tempo que dedicou palavras afetuosas: “Quieto, intenso, intuitivo, constante e extremamente criativo, ‘Teddy’ foi uma parte vital e afetuosa da história do The Cure”. A nota finaliza com condolências e falando da dolorida ausência de Perry: “Nossos pensamentos e condolências estão com toda a família. Ele fará muita falta”.
+++ Leia a crítica de ‘Songs of the Lost World’, do The Cure
Em uma entrevista de 2006, perguntado sobre o seu álbum favorito durante os anos com o The Cure e por quê, ele respondeu:
“Tenho que dizer que ‘Wish’ foi de longe o meu favorito. Obviamente, o fato de eu ter acabado de entrar na banda tem muito a ver com isso, mas ele veio logo depois de ‘Disintegration’, a banda estava realmente no auge e era essa a sensação, parecia que o mundo estava aos nossos pé”.
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