Ícone Shoegaze, Ride lança ‘Interplay’ abandonando paradigmas e compondo um disco que mira em especial os anos 80
Quando do anúncio de Interplay, sétimo álbum de estúdio do Ride, o guitarrista, vocalista e compositor Andy Bell declarou, dentre outras coisas, que apesar dos altos e baixos que a banda passou para concluir o novo álbum, ele sentiram-se capazes de se livrar do passado.
E a sensação que o novo disco do quarteto passa é essa, de uma banda olhando pra frente. Embora as referências musicais do grupo tenham se mantido praticamente inalteradas, o que mudou foi a forma como processaram suas influências de Krautrock , dos anos 80, e da Psicodelia. Nesse sentido, dá pra perceber uma aproximação bem íntima com New Order, em “Monaco”, Tears for Fears, em “Sunrise Chaser” e Echo and the Bunnymen (“Last Frontier”).
Na superfície, parte do que constituiu o universo do Ride ao longo de sua carreira está mantido. Mas em Interplay a banda joga novas matizes sonoras dentro de sua sonoridade, abandonando elementos que caracterizaram sua música. Dessa forma, encontramos a banda de Oxford experimentando novos sons e até mesmo formas de cantar, como na já citada “Monaco”, um dos singles do novo trabalho.
+++ Leia a crítica de ‘This is Not a Safe Place’, do Ride
Tendo lançado em single quatro das doze canções que compôem o novo e longo trabalho (58 minutos), Interplay entrega o que foi prometido nas primeiras ofertas, um disco diversificado e que se afasta daquele Ride mais voltado para o Shoegaze, para o melódico – “Last Night I Went Somewhere to Dream” é o momento melódico do disco – e para as camadas de guitarras, algo que já era pronunciado em seu álbum de 2019, This Is Not a Safe Place, lançado cinco anos antes, e mostra o quanto as experimentaçõe solo de Andy Bell “contaminaram” o novo trabalho
Interplay foi disponibilizado pelo Ride em sua página oficial do grupo no Bandcamp.
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