Muitos reclamam que o rock brasileiro morreu, se pensarmos nos moldes que existiu na década de 80, realmente morreu. Os tempos são outros, não há mais grandes gravadoras oferecendo contratos de vários álbuns, a maneira como as pessoas ouvem música também mudou. O que não mudou foi a vontade das pessoas de se juntar com amigos, montar uma banda e fazer barulho. Gravar um EP, quem sabe um álbum, jogar no bandcamp, fazer shows e o que mais vier a acontecer. A cena alternativa no Brasil está aí, viva e apresentando uma diversidade de sons, a pergunta é: você está disposto a procurar? Abaixo listamos sete bandas que demonstram sua afeição com as sonoridades guitarrísticas, seja para um lado mais sonhador, esporrento ou hipnótico.
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Loomer
Oriunda de Porto Alegre (RS), Loomer é um quarteto que está na ativa desde 2008 compondo canções ao melhor estilo guitar-band, termo usado na década de 90 para descrever bandas com guitarras barulhentas como Sonic Youth, Wedding Present, Dinosaur Jr., dentre outras. E barulho é o principal ingrediente na sonoridade do grupo, seguindo a linhagem de nomes ícones como My Bloody Valentine. Contam com dois EP’s: Mind Drops” (Midsummer Madness e Senhor F, 2009) e “Coward Soul” (Senhor F, Midsummer Madness e Sinewave, 2010); e dois álbuns: “You Woudn’t Anyway” (Midsummer Madness, Transfusão Noise Records e Sinewav, 2013) e “Deserter” (2017), este último é o trabalho mais conciso da banda e um dos melhores lançamentos de 2017, tanto a nível nacional quanto mundial, na seara shoegaze/dreampop.
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The Sorry Shop
Assim como Loomer, The Sorry Shop também é uma banda (quinteto) gaúcha. Capitaneada por Régis Garcia (voz/guitarra), em sua formação tem ainda Marcos Alaniz (vocal e teclados), Mônica Reguffe (baixo e vocal), Kelvin Tomaz (guitarra e vocal) e Eduardo Custódio (bateria). Com três álbuns gravados e participação em diversas coletâneas, a banda tem agradado e conseguido boas resenhas tanto em sites e blogs nacionais quanto fora do país. ” Mnemonic Syncretism”, de 2013, teve ótima repercussão e foi considerado por algumas publicações como álbum do ano. “Softspoken” é seu álbum mais recente, todo produzido pela própria banda e lançado em agosto pelo selo Lovely Noise Record. As canções do grupo são direcionadas para um lado indolente e hipnótico, com camadas de guitarras distorcidas e ambiente totalmente sonhador.
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Entrevista
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Gorduratrans
Gorduratrans é um duo surpreendente. Formado no Rio de Janeiro, em 2015, por Felipe Aguiar (guitarra e voz) e Luiz Felipe Marinho (bateria e voz). Diferente das duas citadas anteriormente, as letras aqui são em português, embora os vocais se juntem aos outros instrumentos para formar uma massa sonora única, onde as guitarras repletas de distorção fuzz assumem o protagonismo e a bateria fica lá atrás, de coadjuvante. Lançaram dois álbuns: “Repertório Infindável de Dolorosas Piadas” (2015), pelo selo carioca Bichano Records; e “Paroxismos” (2017), agora pelo selo Balaclava Records. “Para fazer o Paroxismos, decidimos parar de fazer shows, parar com tudo, e dedicar o tempo que fosse necessário a esse novo disco”, declararam em entrevista.
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Resenha da Rolling Stone
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Lava Divers
Essa banda mineira segue o caminho das guitar bands noventistas, com ênfase em riffs sujos, microfonia e canções com mais punch. Formada em 2014 por quatro profissionais (arquiteto, pediatra, atriz, cineasta) que tinham na música barulhenta o elemento comum. Acabam de lançar pelo selo Midsummer Madness seu primeiro álbum, “Plush”, que teve produção de Gustavo Vazquez, renomado produtor goiano de música alternativa que já produziu nomes como Violins e Macaco Bong. Falando sobre as composições para o primeiro álbum a banda assim relatou: “A banda tem um jeito bem orgânico de trabalhar. Geralmente algum de nós chega com uma ideia e o restante dá sua contribuição. Dá pra dizer que ‘Forbidden Steps On Hearts’, ‘My Boy’ e ‘Tearsfall’ são da Ana; ‘Gasoline’, ‘Natural Born Liar’ e ‘Great Mistake’ são do Eddie. Mas pra nós, como a contribuição sempre é generosa de todos em todas as músicas, assinamos como banda e não de um integrante específico”
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Céus de Abril
Da Paraupebas, Pará, vem a Céus de Abril – referência a uma canção dos escoceses do The Jesus And Mary Chain – que tem à frente o guitarrista Wilson Alencar. Formada em 2010, a banda tem em seu currículo o EP “Último Adeus” (2015) e “Hidden Tracks” (2017) e participação em várias coletâneas de covers lançadas pelo selo/site The Blog That Celebrates Itself. Em entrevista a banda afirma influências de diversas bandas barulhentas em sua música: as clássicas, The Jesus & Mary Chain, My Bloody Valentine; e as bandas mais atuais, Asalto Al Parque Zoológico, Fleeting Joys, Autolux, Ringo Deathstarr, dentre outras. Além de ” João Gilberto, Mutantes, Adriana Calcanhoto, Cadu Tenório, Lupe de Lupe, Caetano Veloso, e toda a nova safra de música barulhenta brasileira”.
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Justine Never Knew The Rules
Formada em Sorocaba (SP), em 2013, Justine foi formada quando amigos que compartilhavam o gosto pelo mesmo tipo de som, resolveram se juntar e “brincar de fazer barulho”, e conseguiram dos bons. Prova disso é o álbum “Overseas” (2016), lançado em parceria com o selo Midsummer Madness, uma pedrada de distorção, microfonia (mas não só disso) e boas ideias para esse gênero que muitos consideram esgotado, mas que insiste em apresentar surpresas agradáveis. Antes do primeiro álbum a banda havia lançado um EP homônimo em 2014, que foi o que abriu as portas para shows em diversas cidades, participação em coletâneas e caminho para o álbum cheio.
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Bela Infanta
Surgida em 2008, em Joinville (SC), o quarteto, formado por Stenio L. de Souza (baixo), Deivys Joenck (teclado e voz), Israel Rolim (guitarra) e Marcelo Casas (bateria), transita por canções dreampop com ares melodiosos e guitarras etéreas que adoram efeitos delay e reverb, tudo isso ganha atmosferas mais viajadas com as letras de cunho poético, cantadas sob efeitos de eco, como se estivessem numa gigantesca catedral vazia. Por outro lado, há uma densidade nas linhas de baixo que jogam nos braços do pós-punk. No currículo acumulam três EP’s, “Bela Infanta” (2009), “Às Vezes Os Pássaros Não Voam Para o Mesmo Lado No Inverno” (2011) e “Apenas Cinco” (2013), todos relançados pelo selo The Blog That Celebrates Itself.
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