Coisas novas, coisas não tão novas, mas alguns lançamentos nacionais bem interessantes dão as caras por aqui. Artistas sumidos como Emerald Hill e Eliminadorzinho; meio sumidos como Adorável Clichê, que lançou um single há mais de um ano; e Wry e Mr. Spaceman que seguem produzindo bastante na pandemia, já que lançaram álbum em 2020 e seguem no ritmo. Ah, a inconstância! Refiro-me à da coluna, que nunca se sabe quando dará as caras, mas quem é que tem certeza de alguma coisa nesses tempos tão complicados? Só de que o gás vai aumentar e a gasolina também, mas é melhor nem pensar pra não deprimir. Como diria Nietzsche: “Se a realidade quer nos matar, a arte nos salva”.
NA FOTO: Linha 1: Emerald Hill e Mr. Spaceman; Linha 2: Adorável Clichê, Eliminadorzinho e Wry.
“Park”, de Mr. Spaceman [ÁLBUM]
Mr. Spaceman é o título de uma música da banda sessentista The Byrds, e é o nome do o projeto do músico cearense, radicado em São Psulo, Régis Damasceno, cujo currículo inclui as bandas Velouria, Dead Poets, Banana Scrait e Dago Red. Um ano após Loop (2020), Régis lança mais um álbum gestado durante a pandemia, Park, seu quinto trabalho sob a alcunha de Mr. Sapaceman. Produzido, mixado e masterizado pelo próprio Régis, o álbum conta com participações dos músicos Clayton Martin, Lima e Fernando Catatau (Cidadão Instigado). Menos eletrônico e mais coeso que seu antecessor, aqui as canções enveredam pela Psicodelia com resultados bastante interessantes, com o violão sendo seu companheiro ao longo da jornada e os efeitos viajantes surgindo a todo instante, seja em forma de vozes ecoando ou samples atordoantes.
“Where I Stand”, de Wry [SINGLE]
Mal encerrou o ciclo de Noite Infinitas e sem perder tempo, o Wry já dá início aos trabalhos do álbum Reviver, atestando sua fase prolífica, apesar (ou por causa) da Pandemia. Ainda sem data de lançamento do novo disco, a banda lançou, com videoclipe e tudo, a enérgica e guitarreira “Where I Stand”, um Power-Pop que musicalmente está mais para She Science ou para o lado mais intenso do álbum de 2020, e traz um refrão que gruda: “Down down the road, A cold and lonely soul, Going around the world, Don’t go, don’t go, don’t go, Please stay home with me tonight”.
“Eu Só Preciso de um Tempo”, de Eliminadorzinho [SINGLE]
Após alguns singles e o EP “Lapso”, lançado em 2019, o trio Eliminadorzinho segue em contagem regressiva para o lançamento no dia 05 de novembro de seu primeiro álbum, Rock Jr., produzido por Luden Viana, da banda E a Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante. Abrindo os trabalhos, soltaram o single “Só Preciso de um Tempo”, que ao longo de três minutos segue os caminhos delineados em faixas anteriores: guitarras barulhentas no talo, bateria acelerada e uma letra que escancara sentimentos de insegurança e dúvidas, numa mistura caos interior que não consegue sossegar por causa do noise construído pelos riffs da guitarra. A faixa ganhou um videoclipe divertido dirigido por Capitão Ahab.
“Feliz Aniversário”, Emerald Hill [SINGLE]
Com uma letra que versa sobre as incertezas de uma amizade que quer ser mais que isso e nunca se concretiza, o quarteto de João Pessoa, Emerald Hill, apresenta seu mais novo single “Feliz Aniversário”, passados três anos desde o álbum Para Sempre Conectados Mas Eternamente Distantes (2018). O novo single estará presente no vindouro novo álbum Cidade em Chamas. Se no quesito letra a pegada é a mesma de outrora, musicalmente deixa as guitarras em segundo plano, enfatizando o uso de sintetizadores e elementos eletrônicos, com a mixagem dos vocais bastante ressaltada, se comparado com a inserção em trabalhos anteriores, quando disputava o protagonismo com as camadas de guitarra.
“Mar Aberto”, de Adorável Clichê [SINGLE]
Há pouco mais de um ano os catarinenses da banda Adorável Clichê lançou o single “Derrota”, após um silêncio que durava quase dois anos desde o ótimo álbum O Que Existe Dentro de Mim (2018). A percepção foi de uma ligeira mudança, com a opção por uma sonoridade mais Dream-Pop com uso de camadas de sintetizadores. Em “Mar Aberto”, seu mais novo single, a proposta é semelhante, trazendo elementos similares e, de praxe, a bela voz de Gabrielle Phillipi (vocalista e letrista), mas também deixando crescer nos instantes finais um turbilhão de guitarras característico do Post-Rock.
No Comment